sexta-feira, 27 de abril de 2012

Corte Suprema dos EUA escuta argumentos sobre polêmica lei migratória



A Corte Suprema de Justiça escutará hoje argumentos sobre a controversa lei migratória SB 1070 de Arizona, em meio a críticas dos que questionam seu caráter racista e até sua inconstitucionalidade.

  Depois da audiência desta quarta-feira, o máximo tribunal determinará se os estados podem adotar medidas de imigração próprias ou se corresponde ao governo federal a autoridade exclusiva para legislar neste âmbito.

De qualquer forma, o caso promete acrescentar mais lenha à divisão partidária entre democratas e republicanos, estes últimos abertamente favoráveis às duras leis migratórias.

Em um ano eleitoral, a ação aparece para alguns como uma tentativa dos do partido azul para evidenciar a oposição conservadora a qualquer tentativa de regular a situação de uns 12 milhões de imigrantes ilegais.

De igual forma, a Casa Branca parece manobrar para atrair o cada vez mais importante voto hispano, em momentos em que os dois tradicionais partidos políticos iniciaram campanhas que assegurem o respaldo dos votos da principal minoria do país.

Este é o segundo tema da agenda política do presidente Barack Obama que analisa a alta magistratura no decorrer do ano.

No final de março, essa instância escutou argumentos sobre a reforma de saúde impulsionada pelo governante em 2010, considerada uma de suas poucas vitórias políticas.

Em ambos os casos, o Supremo deverá tomar uma decisão para junho próximo, resultado que de ser adverso ao mandatário, suporia um duro golpe a suas aspirações de ser eleito para um segundo mandato em novembro.

Três anos no Escritório Oval foram insuficientes para materializar sua promessa de campanha de concretizar uma reforma migratória, prorrogação que permitiu que vários territórios decidiram tomar passos concretos em matéria de proibir a entrada ao país dos imigrantes sem documentos.

Arizona foi o primeiro de uma dúzia de estados que como Alabama, Georgia, Indiana, Carolina do Sul e Utah, promulgaram medidas radicais similares e esperam assim pela decisão do Poder Judicial.

Tais legislações territoriais facultam às autoridades a deter uma pessoa só sob o manto da suspeita de ser um residente ilegal, entre outros aspectos submetidos ao debate.

Grupos de direitos civis abriram causas legais contra as iniciativas, às quais acusam de fomentar a discriminação racial e estereótipos étnicos.

Não se pode deter a alguém e pedir os papéis baseados só em seu aspecto, assegurou Anthony Romero, diretor executivo da União de Liberdades Civis dos Estados Unidos.

Isso impacta nos cidadãos e os imigrantes. Trata-se de um enfoque que varre o respeito que deve manter a Lei com respeito à cor da pele ou origem étnica dos cidadãos, criticou.

Enquanto espera-se a decisão da Corte, de algo sim pode ufanar-se Obama: durante os dois primeiros anos de sua administração deportou cerca de 800 mil pessoas, cifra superior ao registrado em similar período do governo do ex-presidente George W. Bush.


Prensa Latina

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