Estima-se que 620 estrangeiros estão em tratamento para a
aids no Brasil. O levantamento é do Departamento de DST, Aids e Hepatites
Virais do Ministério da Saúde com base nos registros de pacientes que retiraram
antirretrovirais pelo menos uma vez no último trimestre de 2011. A maioria é de
Portugal, Angola, Argentina, Itália e Uruguai, e o Estado de São Paulo é o que
mais tem estrangeiros sendo atendidos.
No Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na capital paulista, aproximadamente 560 estrangeiros, de pelo menos 30 nacionalidades, estão em tratamento (veja tabela aqui).
Entre 2008 e 2012, os chilenos foram os que mais se matricularam, somando 93 casos. Um deles falou à Agência de Notícias da Aids sob a condição de anonimato. No Brasil desde 2011, o jovem se descobriu com HIV há 12 anos e faz tratamento com antirretrovirais há cinco. “O atendimento médico no CRT é acolhedor, me sinto bastante a vontade”, disse.
Segundo o entrevistado, no início houve dificuldades por ser estrangeiro. “Era difícil as pessoas me entenderem por causa do idioma. Mas, faz parte do processo de adaptação em um novo País”, conta. Uma das suas queixas se refere ao fato de o Brasil não fornecer o antirretroviral Truvada (disponível no Chile), que combina em um comprimido os remédios Tenofovir e o Emtricitabine. Aqui, é preciso tomar dois comprimidos para ter o mesmo efeito. O tratamento desse chileno inclui ainda outros dois medicamentos. Todos são ingeridos juntos uma vez ao dia. “Com o maior número de cápsulas, fica mais difícil separar os remédios. Os comprimidos que substituem o Truvada são pequenos, difíceis de manipular”, reclama.
Em Santiago, onde se tratava, ele também era acompanhado por um médico atencioso. “A vantagem do Chile é que é possível utilizar um serviço privado e receber um reembolso parcial do governo, que pode chegar a 80%. No Brasil, a consulta particular é cara, e os planos de saúde possuem um sistema excludente”, comparou.
Assim como ocorre no Brasil, no Chile os antirretrovirais também são fornecidos pelo governo.
No Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na capital paulista, aproximadamente 560 estrangeiros, de pelo menos 30 nacionalidades, estão em tratamento (veja tabela aqui).
Entre 2008 e 2012, os chilenos foram os que mais se matricularam, somando 93 casos. Um deles falou à Agência de Notícias da Aids sob a condição de anonimato. No Brasil desde 2011, o jovem se descobriu com HIV há 12 anos e faz tratamento com antirretrovirais há cinco. “O atendimento médico no CRT é acolhedor, me sinto bastante a vontade”, disse.
Segundo o entrevistado, no início houve dificuldades por ser estrangeiro. “Era difícil as pessoas me entenderem por causa do idioma. Mas, faz parte do processo de adaptação em um novo País”, conta. Uma das suas queixas se refere ao fato de o Brasil não fornecer o antirretroviral Truvada (disponível no Chile), que combina em um comprimido os remédios Tenofovir e o Emtricitabine. Aqui, é preciso tomar dois comprimidos para ter o mesmo efeito. O tratamento desse chileno inclui ainda outros dois medicamentos. Todos são ingeridos juntos uma vez ao dia. “Com o maior número de cápsulas, fica mais difícil separar os remédios. Os comprimidos que substituem o Truvada são pequenos, difíceis de manipular”, reclama.
Em Santiago, onde se tratava, ele também era acompanhado por um médico atencioso. “A vantagem do Chile é que é possível utilizar um serviço privado e receber um reembolso parcial do governo, que pode chegar a 80%. No Brasil, a consulta particular é cara, e os planos de saúde possuem um sistema excludente”, comparou.
Assim como ocorre no Brasil, no Chile os antirretrovirais também são fornecidos pelo governo.
Cooperação com o Paraguai
A médica e gerente da área de assistência integral à saúde do CRT, Denize Lotufo, atende vários paraguaios. Ela se tornou referência por ser consultora naquele País em um projeto de cooperação técnica envolvendo várias nações da América do Sul. “Era uma troca. O Brasil doava remédios e, em contrapartida, o Paraguai começou a disponibilizar para seus pacientes os exames de CD4, carga viral e a comprar os medicamentos que o Brasil não doava”, explicou.
Segundo Denize, o problema de resistência aos remédios era constante no Paraguai, devido à descontinuidade de fornecimento. Ela conta que algumas pessoas que poderiam fazer o tratamento completo naquele País preferem atravessar a fronteira para fazer o acompanhamento contra a aids no Brasil. “Criamos até uma logística em que pacientes vêm e levam para os demais. Mas, há casos em que a estratégia fica inviável, já que alguns não podem revelar a sorologia para ninguém”.
A médica finaliza enfatizando que o atendimento a estrangeiros não tira a vaga de nenhum brasileiro no sistema público de saúde.
Fábio Serrato
A médica e gerente da área de assistência integral à saúde do CRT, Denize Lotufo, atende vários paraguaios. Ela se tornou referência por ser consultora naquele País em um projeto de cooperação técnica envolvendo várias nações da América do Sul. “Era uma troca. O Brasil doava remédios e, em contrapartida, o Paraguai começou a disponibilizar para seus pacientes os exames de CD4, carga viral e a comprar os medicamentos que o Brasil não doava”, explicou.
Segundo Denize, o problema de resistência aos remédios era constante no Paraguai, devido à descontinuidade de fornecimento. Ela conta que algumas pessoas que poderiam fazer o tratamento completo naquele País preferem atravessar a fronteira para fazer o acompanhamento contra a aids no Brasil. “Criamos até uma logística em que pacientes vêm e levam para os demais. Mas, há casos em que a estratégia fica inviável, já que alguns não podem revelar a sorologia para ninguém”.
A médica finaliza enfatizando que o atendimento a estrangeiros não tira a vaga de nenhum brasileiro no sistema público de saúde.
Fábio Serrato
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