A pergunta que suportava este painel das Conferências do Estoril ficou
sem resposta. A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa,
considerou a fronteira do Mediterrâneo a “mais letal do mundo” e destacou que a
união reforçou a sua política de cooperação para minimizar a crise.
“A Europa, mais do que um dever de proteger as pessoas que fogem
de perseguições tem a obrigação de proteger os refugiados”.
Constança Urbano de Sousa chamou a atenção para o impacto brutal deste aumento populacional em áreas como o abastecimento de água, educação ou saúde.
Constança Urbano de Sousa chamou a atenção para o impacto brutal deste aumento populacional em áreas como o abastecimento de água, educação ou saúde.
A partilha de responsabilidades por todos os países europeus foi uma das necessidades que sublinhou: “Nada detém as pessoas que estão em fuga para salvar a vida” e a Europa tem de gerir esses “fluxos inevitáveis”.
Michael Newman, coordenador e investigador da CRASH (Médicos Sem Fronteiras), foi o mais céptico dos oradores ao falar da fortaleza europeia e sobre os novos muros que se ergueram nos Balcãs, destacando o papel dos voluntários e da sociedade civil.
Na sua opinião, o fardo recai sobre a sociedade civil e organizações não-governamentais. Acusou a UE de externalizar o problema ao fazer recair o peso e a responsabilidade de acolhimento dos refugiados, com apoio financeiro, sobre países como a Líbia e o Sudão.
O director-executivo do Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo (EASO), José Carreira descreveu os meios e funcionamento desta agência e recordou que a Europa já teve outras crises migratórias anteriormente.
O último orador, Lord David Hannay, agradeceu o convite apesar se nacional de um país que dentro de meses vai abandonar a União europeia. Criticou durante a intervenção feita pelo seu compatriota Nigel Farage no dia anterior nestas conferências.
O parlamentar britânico disse que os imigrantes foram o tema central que alimentou os defensores do “Brexit” ou a vitória de Trump nos EUA, e alertou que se vai pagar um preço muito alto ao ”enterrar a cabeça na areia”. Rejeitou a construção de muros para lidar com a crise e elogiou o papel da Chanceler Angela Merkel no acolhimento de refugiados na Alemanha.
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