sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Não podemos pensar o século XXI sem a mobilidade humana

A Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) está a dinamizar a sua semana com o tema ‘Acolher o futuro - Novas gerações migrantes são o amanhã da humanidade’, sublinhando que a mobilidade humana “faz, cada vez mais, parte da realidade”.
“Não podemos pensar o século XXI sem pensar a mobilidade humana”, disse Eugénia Quaresma, diretora da OCPM, à Agência ECCLESIA.
A 45.ª Semana Nacional de Migrações pretende sensibilizar para essas questões e fazer pensar em quem parte do seu país, nas “razões” pelas quais partiram; a OCPM pretende também recordar que “é importante” atuar nas causas das migrações forçadas.
Já para os que “precisam ou escolhem melhorar a sua vida” e viver noutros país querem “ajudar a perceber que é um direito” mas também “têm deveres” de participar e de “crescer como cidadão” no país de acolhimento.
Para a diretora da OCPM, na questão da cidadania há também “um trabalho” no âmbito da politica que tem de ser feito no “reconhecimento de que a pessoa é pessoa independentemente da sua nacionalidade”.
“Este é o maior trabalho que a nível da pastoral das migrações tem-se vindo a fazer e é preciso recordar e, atualmente, cada vez mais”, observa.
Eugénia Quaresma exemplifica que é necessário olhar para a dignidade do migrante, para a “dignidade da família”, afinal a migração atual também é familiar, e para a dignidade da mulher porque “é posto em causa em alguns países”.
As migrações obrigam ainda a pensar o “estilo de vida” de cada pessoa e a olhar para o planeta Terra como “casa comum” e vai perceber-se que “há politicas que não fazem muito sentido”.
Neste contexto, recorda as políticas de alguns países da Europa que se fecharam ao acolhimento, o que é “grave” quando “todas” as convenções europeias apontam “para a abertura, para o acolhimento, para um humanismo”.
As vozes xenófobas que existem um pouco por toda a Europa são preocupantes para a diretora da OCPM, realçando que em Portugal “felizmente” se sente a nível político “uma unanimidade, sentido do acolhimento”.
O trabalho da Igreja Católica tem sido de sensibilização ao acolhimento, porque apesar da abertura da sociedade civil ainda se encontram “algumas resistências” e é preciso “desmistificar alguns receios”.
“O esforço maior é de quem parte e chega a um país completamente estranho. Da nossa parte esse esforço de tentar vencer preconceitos e acolher a pessoa, a família que chega e bate à porta”, acrescentou.
Neste contexto, Eugénia Quaresma destacou a necessidade da escuta e incentivou ao acolhimento e a vencer as “inquietações” em relação ao que é desconhecido e “diferente seja pela religião, seja pela língua”.
A semana nacional das migrações decorre até este domingo, encerrando-se este ano com a Peregrinação dos Migrantes e Refugiados ao Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 agosto, presidida pelo responsável do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé), D. Rino Fisichella.
Agencia Eclesia
www.miguelimigrante.blogspot.com

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