O Brasil tem a quinta média mais baixa de população
imigrante da América Latina, segundo a revista americana Economist. A crise
econômica vivida no país, a falta de políticas voltadas para facilitar a
entrada de imigrantes e o idioma que não é amplamente falado no mundo são os
principais motivos da baixa taxa apresentada. De uma população de 204 milhões,
apenas 600 mil nasceram fora do país.
Após registrar um pico populacional de estrangeiros no
início do século XX (7,3% do total), o número vem diminuindo desde então. A
Argentina, ainda que tenha uma população cinco vezes menor que a do Brasil e
com uma economia igualmente conturbada, atrai mais que o dobro de trabalhadores
estrangeiros – cerce de 280 mil pessoas por ano. A maioria é de trabalhadores
pobres vindo de outros países falantes do espanhol.
Burocracia
na imigração
De acordo com o Secretário Nacional de Justiça, Beto
Vasconcelos, os imigrantes não são atraídos para o Brasil devido às
dificuldades e barreiras desnecessárias para a entrada no país. Ao contrário
das generosas políticas de concessão de asilo para refugiados, que oferecem aos
requerentes uma autorização de trabalho
gratuita dentro de uma semana, a legislação para imigração no Brasil é
“anacrônica”, diz Vasconcelos.
A principal lei de imigração, promulgada pelo governo
militar entre 1964 e 1985, trata os imigrantes como uma ameaça à segurança
nacional e para os trabalhadores brasileiros. Ela proíbe os estrangeiros de
participar de comícios políticos, ter participação acionária em jornais e terem
função ativa em sindicatos.
Mesmo com a queda na economia e o desemprego crescente, a
falta de receptividade para talentos estrangeiros tem um preço alto. A
consultoria de recursos humanos Manpower recentemente descobriu que 61% dos
empregadores brasileiros estão tendo dificuldades para preencher vagas. Dentre
42 países, apenas Japão, Peru e Hong Kong apresentam índices piores.
Em um ranking anual das habilidades de países em
desenvolver e atrair talentos, da escola de negócios IMD, o Brasil caiu para a
57ª posição de 61 países listados este ano. Segurança, qualidade de vida e
educação foram levadas em conta no ranking.
OPINIÃO E NOTICIA
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