segunda-feira, 30 de abril de 2012
Crise internacional atraiu imigrantes ao Brasil
O Direito dos Migrantes no Brasil: o novo Estatuto dos Estrangeiros como uma Lei de Migração”
sábado, 28 de abril de 2012
UGT-PARANÁ participa de seminário latino-americano de Migração Laboral
O encontro recolheu dados e experiências de diferentes representantes da região do Cone Sul sobre a realidade das migrações em cada país, além de preparar um plano de aç ão a ser executado pelo INCASUR entre 2012 e 2015 para colaborar na promoção de uma real livre circulação de trabalhadores na região.
O tema é especialmente importante porque busca harmonizar políticas migratórias entre os países do Mercosul, que é um dos grandes desafios para alavancar o processo de integração.
O Seminário foi organizado pelo Instituto de Capacitação - INCASUR (Instituto Internacional de Estudo e Capacitação Social do Sul), com apoio da fundação SOTERMUND/USO Espanha, da CCSCS e da CSA.
Do Brasil, também esteve presente Gustavo Garcia, assessor da UGT para temas de Migrações e Américas
Espanha busca 'suavizar' exigências de imigração
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Corte Suprema dos EUA escuta argumentos sobre polêmica lei migratória
A Corte Suprema de Justiça escutará hoje argumentos sobre a controversa lei migratória SB 1070 de Arizona, em meio a críticas dos que questionam seu caráter racista e até sua inconstitucionalidade.
Depois da audiência desta quarta-feira, o máximo tribunal determinará se os estados podem adotar medidas de imigração próprias ou se corresponde ao governo federal a autoridade exclusiva para legislar neste âmbito.
De qualquer forma, o caso promete acrescentar mais lenha à divisão partidária entre democratas e republicanos, estes últimos abertamente favoráveis às duras leis migratórias.
Em um ano eleitoral, a ação aparece para alguns como uma tentativa dos do partido azul para evidenciar a oposição conservadora a qualquer tentativa de regular a situação de uns 12 milhões de imigrantes ilegais.
De igual forma, a Casa Branca parece manobrar para atrair o cada vez mais importante voto hispano, em momentos em que os dois tradicionais partidos políticos iniciaram campanhas que assegurem o respaldo dos votos da principal minoria do país.
Este é o segundo tema da agenda política do presidente Barack Obama que analisa a alta magistratura no decorrer do ano.
No final de março, essa instância escutou argumentos sobre a reforma de saúde impulsionada pelo governante em 2010, considerada uma de suas poucas vitórias políticas.
Em ambos os casos, o Supremo deverá tomar uma decisão para junho próximo, resultado que de ser adverso ao mandatário, suporia um duro golpe a suas aspirações de ser eleito para um segundo mandato em novembro.
Três anos no Escritório Oval foram insuficientes para materializar sua promessa de campanha de concretizar uma reforma migratória, prorrogação que permitiu que vários territórios decidiram tomar passos concretos em matéria de proibir a entrada ao país dos imigrantes sem documentos.
Arizona foi o primeiro de uma dúzia de estados que como Alabama, Georgia, Indiana, Carolina do Sul e Utah, promulgaram medidas radicais similares e esperam assim pela decisão do Poder Judicial.
Tais legislações territoriais facultam às autoridades a deter uma pessoa só sob o manto da suspeita de ser um residente ilegal, entre outros aspectos submetidos ao debate.
Grupos de direitos civis abriram causas legais contra as iniciativas, às quais acusam de fomentar a discriminação racial e estereótipos étnicos.
Não se pode deter a alguém e pedir os papéis baseados só em seu aspecto, assegurou Anthony Romero, diretor executivo da União de Liberdades Civis dos Estados Unidos.
Isso impacta nos cidadãos e os imigrantes. Trata-se de um enfoque que varre o respeito que deve manter a Lei com respeito à cor da pele ou origem étnica dos cidadãos, criticou.
Enquanto espera-se a decisão da Corte, de algo sim pode ufanar-se Obama: durante os dois primeiros anos de sua administração deportou cerca de 800 mil pessoas, cifra superior ao registrado em similar período do governo do ex-presidente George W. Bush.
Prensa Latina
Centro de Referência em Aids de SP atende estrangeiros de pelo menos 30 nacionalidades
No Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na capital paulista, aproximadamente 560 estrangeiros, de pelo menos 30 nacionalidades, estão em tratamento (veja tabela aqui).
Entre 2008 e 2012, os chilenos foram os que mais se matricularam, somando 93 casos. Um deles falou à Agência de Notícias da Aids sob a condição de anonimato. No Brasil desde 2011, o jovem se descobriu com HIV há 12 anos e faz tratamento com antirretrovirais há cinco. “O atendimento médico no CRT é acolhedor, me sinto bastante a vontade”, disse.
Segundo o entrevistado, no início houve dificuldades por ser estrangeiro. “Era difícil as pessoas me entenderem por causa do idioma. Mas, faz parte do processo de adaptação em um novo País”, conta. Uma das suas queixas se refere ao fato de o Brasil não fornecer o antirretroviral Truvada (disponível no Chile), que combina em um comprimido os remédios Tenofovir e o Emtricitabine. Aqui, é preciso tomar dois comprimidos para ter o mesmo efeito. O tratamento desse chileno inclui ainda outros dois medicamentos. Todos são ingeridos juntos uma vez ao dia. “Com o maior número de cápsulas, fica mais difícil separar os remédios. Os comprimidos que substituem o Truvada são pequenos, difíceis de manipular”, reclama.
Em Santiago, onde se tratava, ele também era acompanhado por um médico atencioso. “A vantagem do Chile é que é possível utilizar um serviço privado e receber um reembolso parcial do governo, que pode chegar a 80%. No Brasil, a consulta particular é cara, e os planos de saúde possuem um sistema excludente”, comparou.
Assim como ocorre no Brasil, no Chile os antirretrovirais também são fornecidos pelo governo.
A médica e gerente da área de assistência integral à saúde do CRT, Denize Lotufo, atende vários paraguaios. Ela se tornou referência por ser consultora naquele País em um projeto de cooperação técnica envolvendo várias nações da América do Sul. “Era uma troca. O Brasil doava remédios e, em contrapartida, o Paraguai começou a disponibilizar para seus pacientes os exames de CD4, carga viral e a comprar os medicamentos que o Brasil não doava”, explicou.
Segundo Denize, o problema de resistência aos remédios era constante no Paraguai, devido à descontinuidade de fornecimento. Ela conta que algumas pessoas que poderiam fazer o tratamento completo naquele País preferem atravessar a fronteira para fazer o acompanhamento contra a aids no Brasil. “Criamos até uma logística em que pacientes vêm e levam para os demais. Mas, há casos em que a estratégia fica inviável, já que alguns não podem revelar a sorologia para ninguém”.
A médica finaliza enfatizando que o atendimento a estrangeiros não tira a vaga de nenhum brasileiro no sistema público de saúde.
Fábio Serrato
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Holanda :Mudanças na lei de imigracao
O reagrupamento familiar e formação da família:
O reagrupamento e formação familiar só serão possíveis se os parceiros forem casados. Casais com "união de fato" (samenwonen) não poderão requerer o reagrupamento ou formação familiar. Uma exceção aplica-se aos parceiros cujo país de origem não autorize esse casamento(ver "autorização temporária para casamento").
Requerentes que têm autorização de residência só poderão trazer o cônjuge para a Holanda depois de terem residido pelo menos 1 ano no país. Esta condição não se aplica aos requerentes que tenham autorização de residência regular por um período fixo e de propósito temporário, condizente com o Decreto de Integração Civil. (Besluit Inburgering).
O propósito de "reagrupamento familiar estendida" foi abolido.
Outros:
O período para ser elegível para a residência contínua(onbepaalde tijd) foi alterado de 3 para 5 anos.
Depois de 6 meses residindo fora da Holanda o portador do visto de residência perderá o direito ao mesmo.
Não é mais possível requerer visto com a finalidade de "visita da família".
Quando as novas medidas entrarão em vigor?
As medidas entrarão em vigor em 1 de julho de 2012. Requerimentos feitos antes de 01 de julho de 2012 (também solicitação de um parecer ao MVV) estarão sujeitos à lei atual, não entrarão nas novas medidas. Essas emendas serão aplicadas aos requerimentos de vistos que entrarem depois do dia 30/06/2012.
Os estrangeiros que estão atualmente em posse de uma autorização de residência para fins de moradia permanente, que será abolida após 01/07/2012, poderão ainda renovar o visto de residência mesmo depois dessa data.
Visto temporário para casamento
Parceiros solteiros não serão mais elegíveis para reagrupamento ou formação familiar, a menos que, sob a lei do país de origem do estrangeiro não obter permissão para casar. Nesse caso terão que requerer um visto de residência temporário com objetivo de casamento ou de parceria registrada. Esta autorização é válida por seis meses e destina-se apenas para se casar aqui na Holanda. Se o casamento é consumado dentro de seis meses (ou a parceria é registrada dentro de seis meses), então a licença poderá ser alterada para uma autorização de residência com cônjuge ou parceiro registrado.
A licença temporária com fins de matrimônio ou parceria registrada, só poderá ser requerida partir do dia 01/07/2012. Deve ficar evidente que não é possível contraírem matrimônio no país de origem do futuro cônjuge e deve ser uma impossibilidade legal. Por exemplo, se na legislação do país de origem não é possível celebrar um casamento entre parceiros do mesmo sexo.
Para autorização temporária para casamento ainda são exigidas as seguintes condições:
- Ambos os parceiros têm 21 anos ou mais.
- O parceiro responsável(sponsor) tem uma autorização de residência por um período fixo com um propósito moradia não-temporária e permanecer pelo menos 1 ano na Holanda.
- Ambos os parceiros devem provar que não são casados.
- O parceiro (estrangeiro) que vem para a Holanda tem um documento de viagem válido (passaporte).
- O parceiro (estrangeiro) que vem para a Holanda foi aprovado no exame de integração cívil no estrangeiro ou têm uma isenção.
- O parceiro (estrangeiro) que vem para a Holanda não constitui uma ameaça à ordem pública e está disposto a cooperar fazendo exames de tuberculose (se necessário).
- O parceiro na Holanda (o referente) tem renda suficiente para o sustento.
Casamento civil
Os parceiros que têm um visto temporário para casamento ou parceria registrada deverão registrar o ato dentro de 6 meses. As autoridades municipais exigirão esse documento para efetivarem o casamento ou a parceria registrada dos nubentes. Antes de trazer seu parceiro estrangeiro para a Holanda, entre em contato com a prefeitura de sua cidade para saber quais os documentos serão necessários para o casamento/parceria registrada.
Custo
O custo para requerer o MVV ou o VVR sem MVV é de € 1.250.
Os custos para a VVR, depois de ter o MVV é de € 300.
O requerimento para mudar para visto de residência permanente para permanecer com o esposo é gratuito, desde que:
O casamento terá que ser celebrado antes da expiração da validade da autorização temporária (ou seja, dentro do prazo de 6 meses) e que esse requerimento seja enviado antes da data de expiração da autorização temporária.
UE prepara-se para fechar mais a porta à imigração irregular
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Imigração e Saúde: UBS criam estratégias para atender usuários de língua castelhana
Atentos a esta tendência, profissionais das UBS (Unidades Básicas de Saúde) de bairros com grande concentração de estrangeiros, como Bom Retiro, Pari, Mooca, Brás e Canindé, criaram estratégias específicas de atendimento.
“Temos seis mil bolivianos, o que corresponde a 40% da nossa demanda. Também há na nossa Unidade coreanos, peruanos, haitianos, entre outros”, disse Clélia de Azevedo, gerente da UBS Bom Retiro, que tem como foco o atendimento de gestantes.
Nesta UBS são disponibilizados, em espanhol, calendários de vacina, folders sobre DST, sífilis e materiais específicos para gestantes. A equipe de profissionais da saúde também utiliza uma rádio voltada à comunidade boliviana para passar informações sobre saúde. “É um importante meio que temos para falarmos sobre as doenças sexualmente transmissíveis, a dengue...”, disse Clélia.
Claudomiro Guerreiro é enfermeiro especialista em Saúde da Família. Ele contou à Agência de Notícias da Aids que 24 agentes comunitários (entre eles, um que possui espanhol nativo) estão visitando famílias da região do Bom Retiro, locais de atração cultural frequentados por estrangeiros e oficinas de costura para aconselhar sobre saúde. “Estivemos recentemente em mais de 20 oficinas. Todas tinham problemas com ventilação”, relatou.
Os diagnósticos mais frequentes entre os bolivianos atendidos na unidade do Bom Retiro são de tuberculose e sífilis. Muitos chegam no Brasil com a doença.
A Unidade oferece o exame convencional de HIV e, em breve, de acordo com a coordenadora do local, ofertará também o teste rápido.
Comportamento
A médica da Família e Comunidade Fernanda Affonso explicou que os bolivianos vivendo
A equatoriana Miriam Álvares, que tem dois filhos e foi à UBS porque um deles estava “emagrecendo demais”, reconheceu a importância da comunicação em castelhano, mas afirma que nem sempre é possível um diálogo preciso. “Os profissionais se esforçam para atender, embora tenham coisas que é difícil a gente expressar por causa do idioma”.
Miriam está há três anos no Brasil e afirma que o sistema de saúde brasileiro é mais organizado que o equatoriano. “Atendem melhor. São mais amáveis”.
UBS Mooca tem imigrantes como agentes de saúde
Desde
A UBS Mooca também tem como característica receber muitas pessoas que falam espanhol. Segundo Joana Gomes, que irá coordenar o CTA da Mooca, oitos agentes de saúde distribuíram nos últimos seis meses na região 41 mil preservativos masculinos para adultos, 3.200 para jovens e 400 femininos. “A distribuição envolve também essa população de estrangeiros, mas procuramos fazer com critério, privilegiando aqueles que mostram interesse”, disse.
Entre os oito agentes, duas que são imigrantes: a boliviana Leonarda Corina e a paraguaia Zulma Areco. Com a colaboração delas, a UBS Mooca produziu folders e guia de bolso sobre saúde em espanhol.
A Unidade está selecionando voluntários para atuarem como agentes de saúde. Conhecedores da cultura e da língua castelhano são bem-vindos. Mais informações pelo e-mail ctamooca@gmail.com.
Espanha: plano de saúde para imigrantes ilegais será cortado
terça-feira, 24 de abril de 2012
Imigração e Saúde: Diferenças culturais dificultam acesso de haitianos ao SUS
Alguns desdobramentos dessa catástrofe foram aumento de imigração para o Brasil (dados do Ministério da Justiça indicam 4 mil imigrantes haitianos no País), clandestinidade e contrabando de pessoas. Até o início de janeiro deste ano, quando houve mudanças na política migratória envolvendo os dois países, muitos haitianos vinham sem documentação e chegavam em terras brasileiras sofrendo humilhações, abusos e roubos.
A rota incluía passagem pela República Dominicana, Panamá, Equador, Peru, até chegar a Tabatinga e Brasileia – fronteira brasileira – onde aguardam a concessão do visto de refugiado. Essa viagem custava cerca de quatro mil dólares, pagos aos “coiotes” (que trabalham com tráfico de pessoas), e ocorriam em péssimas condições. Os haitianos percorriam longas distâncias via mar, ônibus ou mesmo a pé. A lógica do caminho não era a menor distância, mas a maior possibilidade de passar sem documentação pelas fronteiras. Nessa tentativa vale tudo: dormir amontoado, tomar água suja, ficar sem comer por dias. Um prato cheio para a debilidade da saúde, principalmente para os portadores do HIV e aids.
Antônio explica que as diferenças culturais entre brasileiros e haitianos dificultam o acesso desses imigrantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Existe uma crença de que doença é consequência de feitiço. Uma haitiana que foi diagnosticada com HIV queria voltar ao País de origem para desfazer o feitiço”. Além disso, como no Haiti não existe um sistema de saúde organizado, afirmou Antônio, os hatianos no Brasil não têm o hábito de procurar o SUS.
Diante de tantas dificuldades, órgãos públicos locais, estaduais, federais, Igrejas e a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) uniram esforços para discutir e traçar estratégias de atendimento aos haitianos que chegam ao Brasil.
Durante três meses, equipes da MSF ficaram no Estado do Amazonas identificando o perfil dos imigrantes, a condição de saúde deles e dialogando com gestores dos programas de saúde.
Um levantamento feito pela entidade apontou que a maioria dos imigrantes haitianos era homem com idade entre 20 e 35 anos. Eram pessoas saudáveis – as famílias escolhem os mais fortes e com mais estudos para mudar de País, pois possuem mais chances de conseguir emprego - mas que estavam passando por algum tipo de problema. “Isto é esperado dentro de uma população que se desloca, que está dormindo mal, comendo mal, muito ansiosa, com medo, sem trabalho”, declarou a psicóloga Débora Noal, que coordenou uma das fases do projeto da MSF.
“Para isso, passamos de casa em casa com agentes comunitários brasileiros e haitianos. Os agentes haitianos foram contratados pelo MSF para ajudar nesse momento de transição, tanto para fazer enquete, como para orientar e serem orientados pelos agentes brasileiros.”
Outro idioma
A primeira dificuldade apontada pelos agentes locais de saúde foi o idioma. Profissionais da MSF traduziram para o crioulo haitiano (idioma falado por quase toda a população do País) língua falada no Haiti) alguns materiais utilizados no sistema público brasileiro de saúde. Também ofereceram aulas básicas do idioma para os agentes.
Além disso, contou Débora, ensinaram “como atender uma população que se encontra em deslocamento, as necessidades em termos de saúde mental e como fazer isso de forma que não gerasse custos extras ao município e nem tivesse que criar um sistema paralelo”.
Com a incorporação dos haitianos ao SUS, a MSF saiu de Tabatinga, interior do Amazonas, e foi a capital Manaus. Lá, ajudaram na articulação de uma rede única de pessoas de diversas instituições – governamentais e não governamentais – que estavam dispostas a prestar cuidados de saúde à população haitiana. Utilizaram carros de som com música haitiana para chamar os imigrantes a se inscreverem no SUS, falaram em crioulo haitiano pelas ruas de bairros onde havia pessoas vindas daquele País, fizeram divulgação em uma rádio, entre outras estratégias.
Em 12 de janeiro, o governo brasileiro anunciou a legalização de cerca de 4 mil haitianos e também instituiu o visto humanitário, cuja aplicação deve ocorrer ainda
No entanto, segundo informa Camila Asano, coordenadora de Política Externa da ONG Conectas Direitos Humanos, cerca de 400 haitianos que estavam em viagem quando a decisão governamental foi anunciada ficaram em situação indefinida e não puderam ingressar no Brasil, restando permanecer nos limites de fronteira. “Voltar a Porto Príncipe para pegar a documentação era inviável. Alguns vendem tudo o que têm para viajar ao Brasil”, explicou.
Para Camila, apesar da constituição brasileira garantir acesso à saúde de qualquer pessoa - independente se for legal ou não no País -, muitos haitianos não procuram os serviços de saúde com medo de serem denunciados. Ela questiona também as exigências para o visto humanitário, já que cerca de 500 mil pessoas ainda vivem em abrigos no Haiti, não possuindo a documentação necessária.
A decisão de regularizar a situação dos haitianos foi tomada pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, em ação articulada com os ministérios das Relações Exteriores e do Trabalho e Emprego.
No dia 20 de abril, o Ministério da Saúde autorizou a transferência de R$ 970 mil para reforçar a capacidade de atendimento do Estado do Amazonas aos imigrantes haitianos nos serviços públicos de saúde. O recurso será incorporado ao limite financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (Mac).
Migração do México para EUA parou de crescer, diz estudo
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Migrações: É essencial estar bem informado antes da partida

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O presidente da Cáritas Portuguesa apelou hoje aos portugueses que pensam emigrar para se “informarem antes da partida” e “não irem na cantiga de quem promete trabalho sem saberem as condições”.
Devido ao “enorme fluxo emigratório”, Eugénio Fonseca referiu à Agência ECCLESIA, no encontro a decorrer em Alfragide (Lisboa), esta quarta e quinta-feira, com responsáveis de Cáritas e capelanias católicas de alguns países europeus, que a “primeira condição para a partida é estarem bem informados” e “saberem se existe mesmo trabalho”.
Nos últimos tempos, o número de portugueses que partiu para outros países na busca de melhores condições de vida foi “elevado, como nunca visto noutras décadas”, referiu Eugénio da Fonseca.
Com o intuito de ajudar esses potenciais emigrantes, o governo português “vai criar uma linha de apoio” informativo e, assim, “não será necessário a Cáritas e a Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) criarem essa linha”, como tinham pensado em janeiro último.
Segundo o diretor da OCPM, Frei Francisco Sales, têm surgido “situações demasiado dramáticas para serem ignoradas” porque muitos dos emigrantes saíram do país “sem garantias” e “desconhecendo as realidades e o mercado de trabalho”.
Na partida para outras paragens, a expectativa “de vencer é enorme”, mas alguns ficam “numa situação pior”, lamentou Frei Francisco Sales que acrescenta: “Depois ficam com vergonha de voltar a Portugal e entram na degradação até caírem em situações desumanas”.
Segundo o responsável da OCPM, a “Suíça e a Inglaterra” são os países onde “existem mais casos dramáticos” porque se criou a ideia – “que é enganadora” – que estes “são o «el dorado» e onde se ganha muito dinheiro”.
Apesar desses países terem “salários superiores aos de Portugal” e com “valores cativantes”, o presidente da Cáritas Portuguesa realça que “as despesas (alimentação e habitação) também o são” por isso aconselha: “No meio desta ilusão é preciso refletir”.
Eugénio da Fonseca corrobora com a ideia lançada, esta quarta-feira no encontro, pelo secretário de Estado das comunidades, José Cesário: “Os consulados têm de deixar uma política de gabinete e saírem ao encontro dos portugueses”.
Esta iniciativa, promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, Cáritas Portuguesa e Agência ECCLESIA, conta com a participação de agentes pastorais do Luxemburgo, Suíça, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda, pretende articular estes organismos na colaboração em ordem a “uma melhor integração dos portugueses nesses países”, concluiu
Muros da segregação e políticas anti-imigração

O Muro de Berlim representou por décadas a divisão do mundo entre capitalistas e socialistas durante a Guerra Fria. Símbolo de vergonha e segregação da humanidade durante o Século XX separou famílires e amigos durante quase trinta anos, até a queda do Muro, ocorrida em 1989. Condenado pela maioria da sociedade, o fim desse episódio foi bastante comemorado na Europa e em grande parte do mundo. Quais serão as lições que a sociedade tirou dessa experiência?
A queda do Muro de Berlim também representava a liberdade, o fim das barreiras físicas que separavam os povos durante o século XX por causa da disputa entre capitalistas e socialistas. Mas as mazelas causadas pela construção do Muro de Berlim não foram suficientes para sensibilizar alguns líderes políticos. Atualmente a prática de construir muros continua sendo utilizada em alguns países para impedir a circulação de pessoas de um país para o outro.
Cabe destacar que esses muros buscam impedir apenas a migração de pessoas de um país para o outro. Mas quando o assunto é a circulação de dinheiro e mercadorias não há barreiras entre os países, o que é chamado de livre comércio. É muito comum, por exemplo, uma empresa dos EUA se instalar em território mexicano, produzir riquezas e enviar mercadorias e seus lucros de volta para os EUA. Mas o povo mexicano é muito perseguido quando tenta entrar em território estadunidense. Será que as prioridades não estão invertidas? Os interesses econômicos são mais importantes que os interesses humanitários?
Algo semelhante vem ocorrendo na Europa, porém sem muros, aonde vários países vem recebendo imigrantes vindos da África, geralmente em embarcações que atravessam o mar mediterrâneo. Algumas leis já foram aprovadas e ações tomadas para dificultar a chegada e permanência dessa população no continente europeu.
Milhões de africanos se arriscam em embarcações superlotadas para tentar chegar a Europa em busca de uma vida melhor. Uma grande parte é presa e deportada a seu país. No passado os europeus saíram em embarcações para a América e África em busca de uma vida melhor. Mas hoje os africanos não podem fazer o mesmo.
Vale a pena lembrar, que nos últimos cinco séculos milhões de imigrantes europeus saíram de seus países e foram em busca de uma vida melhor na África, América, Ásia e Oceania. Os povos europeus dominaram esses continentes, matando inclusive milhões de nativos dessas terras. Por que justo os europeus, que já foram os maiores migrantes do mundo, hoje estão querendo expulsar os imigrantes da Europa?
sábado, 21 de abril de 2012
ONU e OIM juntas no combate ao tráfico de seres humanos

Cresce a pressão na União Europeia pelo fechamento de fronteiras

Em carta enviada à Comissão Europeia, Alemanha e França defendem o restabelecimento do controle de suas fronteiras quando algum dos países do Tratado de Schegen — o acordo de livre circulação de cidadãos da União Europeia — não conseguir controlar um fluxo maciço de imigrantes. A medida teria caráter provisório, com duração de apenas 30 dias, e só valeria em tempos de crise.
Assinada pelos ministros do Interior francês, Claude Guéant, e alemão, Hans-Peter Friedrich, a proposta — uma antiga demanda do presidente Nicolas Sarkozy — é uma forma de “compensação”, para evitar que o problema de imigração se espalhe pela UE e para estancar as consequências de políticas de imigração não compartilhadas por todos países europeus.
Berlim e Paris entendem que a decisão de aplicar os novos controles de fronteira deve caber a cada um dos países e não à Comissão Europeia, já que a prevenção de ameaças à segurança e à ordem pública correspondem à “soberania nacional”. Ministros da UE devem se reunir no próximo dia 26 para debater a proposta de Guéant e Friedrich.
De acordo com o projeto franco-alemão para a reforma do Tratado de Schengen, em uma primeira fase, a Comissão Europeia ficaria encarregada para desenvolver sistemas de alerta para detectar a tempo o fluxo de imigrantes ilegais e, assim, coordenar medidas de ajuda ao país que estiver sendo afetado. Na carta, Berlim e Paris citam especificamente as fronteiras sul e leste da UE.
Se as medidas de prevenção não “forem suficientes para melhorar a situação do Estado em dificuldades ou se o funcionamento do espaço Schengen estiver comprometido”, outros países poderiam restabelecer o controle de suas próprias fronteiras por até um mês. No final desse prazo, o Conselho Europeu decidiria se o controle deveria continuar interno ou não.
Vistos
No rastro da crise, a Suíça — que, apesar de não ser Estado-membro da União Europeia, participa do Tratado de Schengen — anunciou que vai cortar o número de vistos de trabalho para cidadãos de oito países do Leste da Europa — Polônia, República Tcheca, Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia. A medida começa a entrar em vigor no próximo dia 1.º de maio e representa mais um passo do discurso anti-imigração que começa a ganhar força no continente.
A partir do próximo mês, o governo suíço só vai conceder 2 mil vistos para cidadãos dos oito países — cuja maioria entrou no bloco europeu na ampliação de 2004 —, uma quantidade que representa um terço das permissões distribuídas ainda neste ano.