O professor Flávio de São Pedro Filho, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), está nos Estados Unidos para falar sobre imigração. Ele veio a convite da Universidade Estadual de Kennesaw na Geórgia e da Universidade Estadual de Grand Valley, no estado de Michigan.
De 28 a 30 de outubro, o docente atuou na Conferência Sobre Imigração no Sudeste: Definindo o problema, buscando soluções, e vai participar da XI Conferência das Américas no período de 4 a 6 de novembro. O professor apresenta ainda um workshop sob o tema Políticas Públicas para a Geração de Emprego e Renda Mediante a Utilização da Força de Trabalho Imigrante.
A forma como o mundo vem encarando a imigração está preocupando o professor. Segundo ele, ninguém encontra uma solução, do ponto de vista técnico-científico. “Mas não encontram uma solução por interesse político”, disse Flávio, complementando que o imigrante é a força de trabalho.
De acordo com o professor, o imigrante é parte da economia e do desenvolvimento de um país. “Ele é parte do cenário de sucesso das nações”. Na opinião do professor, o imigrante deveria ser visto como o eixo principal da economia de países de primeiro mundo. “O imigrante, em vez de ser um ilegal, é um colaborador”.
Flávio deixou bem claro que não veio ao país para criar controvérsia com o tema. “Vou querer ser um colaborador para a construção de soluções globais. Não estou oferecendo solução para os Estados Unidos, é para o mundo”.
Tentando mudar conceitos
Graduado em Administração Pública, Flávio de São Pedro Filho leciona atualmente para o curso de Administração no Campus de Cacoal da UNIR. Já atuou em parcerias do Centro Universitário da Bahia com instituições estrangeiras, entre elas a Southern California University e a Universitá di Sardegna, na Itália. Atua com investigação em Ciências Sociais Aplicadas na Ciência da Administração, área em que possui publicações no Brasil e no exterior.
Sobre os americanos mais conservadores, que não toleram a presença de imigrantes, o professor opinou. “É preciso saber se a ala conservadora vai lavar o carro, limpar o apartamento onde estou hospedado, vai dirigir o táxi que me leva e me traz, falando espanhol e português, vai querer lavar os sanitários. Acho que não”.
O professor pôde perceber o quanto os imigrantes trabalham. “O motor chefe da economia vem sendo os imigrantes. Estou vendo”. Na opinião de Flávio, é muito difícil mudar conceitos, quando não se quer mudar. “Mas uma pessoa no mínimo inteligente vai entender o quanto é importante perceber o outro como um colaborador, não como um inimigo que vem tomar o nosso emprego, dividir a nossa economia”.
Como exemplo, Flávio citou a cidade de Toronto, no Canadá. A metrópole, onde moram muito brasileiros, atrai milhares de imigrantes todos os anos. “Se essa comunidade toda for embora, o que vai ocorrer com Toronto?”
De 12 a 14 de novembro, Flávio de São Pedro Filho estará em Hangzhou, na China, onde participa da 11ª Conferência Mundial Conjunta de Turismo Cultural. No evento, o professor apresenta o modelo de Ecoturismo Inclusivo, de sua autoria, atendendo a convite da Associação Mundial de Turismo.
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