Nos dias 3 e 4 de novembro será realizado o seminário "Migrações na Pan-Amazônia: fluxos, processos sociais e conflitos", no auditório da faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), localizado na rua General Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000, Aleixo - Manaus. O evento reunirá especialistas e pesquisadores nacionais e internacionais que refletirão sobre os problemas que envolvem os processos migratórios, incluindo o tráfico de seres humanos. As inscrições podem ser feitas através do site: http://www.ppgas.ufam.edu.br/.
De acordo com o coordenador do seminário, Sidney Silva, o objetivo do evento é analisar o fluxo de migrantes estrangeiros e brasileiros na região Pan-Amazônica. "Queremos traçar um perfil destes migrantes, saber quem são, de onde são, para onde vão", explicou. "Além disso, queremos discutir processos sociais, a questão do tráfico de pessoas, sobretudo de mulheres para a exploração sexual", acrescentou.
A complexidade do tráfico de pessoas será discutida no primeiro dia do seminário, na mesa "Conflitos e tráfico humano na Fronteira Norte". Para aprofundar a questão, os debatedores refletirão o tema sob a ótica da "Migração e Relações de Trabalho de brasileiros no Platô das Guianas" e das "Redes e itinerários dos brasileiros para as áreas de garimpo da Guiana, Suriname e Venezuela".
O tráfico de meninas na cidade de Manaus, capital do Amazonas, e as estratégias adotadas pelo estado para enfrentar o tráfico de pessoas em seu território, também são importantes pontos a serem refletidos.
Ainda no primeiro dia serão discutidas as mesas: "Migração Internacional: questões teórico-metodológicas" e "Migrações na Pan-Amazônia: fluxos e tendências", enfocando no trânsito de pessoas entre os países fronteiriços da região, como Suriname, Bolívia, Guiana Francesa e Venezuela.
No dia 4, acontecem os debates sobre as migrações internacionais e as políticas sobre o assunto. Neste momento serão discutidas as "Tendências internacionais em políticas migratórias e o caso brasileiro" e "A política internacional das migrações". Os processos culturais e a identidade dos povos envolvidos no processo migratório também serão considerados no seminário.
Para o coordenador do evento, é importante discutir essas questões no ambiente acadêmico, mas, principalmente, pensar em propostas de políticas públicas para tentar resolver os conflitos. Sidney afirmou que "o Brasil precisa de uma nova lei migratória e que é importante favorecer a integração entre os povos e não a criminalização".
Segundo ele, não será feito encaminhamento de propostas, já que o foco é o da discussão. Mas, ele informou que o conteúdo das discussões do evento serão reunidos em um livro, que será publicado posteriormente.
Tatiana Félix
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