EUA DEPORTOU NOVE MIL MEXICANOS NO PRIMEIRO SEMESTRE

Ao menos 9 mil mexicanos que moravam de forma ilegal nos Estados Unidos foram deportados no primeiro semestre de três estados do país, sendo que a maioria saiu do Arizona, revelou a Chancelaria do México.

Entre janeiro e junho deste ano, foram repatriados 5.402 mexicanos do Arizona, 2.225 do Texas e 1.369 da Califórnia. A Secretaria das Relações Exteriores do México forneceu os números ontem, após um cidadão reivindicar a divulgação destes dados por meio do Instituto Federal de Acesso à Informação e Proteção de Dados (Ifai).

Segundo organizações civis, mais de 25 milhões de pessoas de origem mexicana vivem atualmente nos Estados Unidos, sendo que 6,7 milhões não têm autorização legal para residir no país vizinho. A Ifai ordenou à Chancelaria mexicana que busque mais dados e determine se algum mexicano requereu apoio da Secretaria de Relações Exteriores no momento da deportação.

Em julho, entrou em vigor no estado do Arizona a Lei de Imigração SB 1070, que transforma a imigração ilegal em crime. A norma chegou a ter alguns de seus artigos invalidados pela decisão da juíza Susan Bolton, como o dispositivo que permitia à polícia a abordagem de pessoas que tivessem a aparência de imigrantes clandestinos.

A lei recebeu oposição de organizações de direitos humanos e cidadãos da América Latina -- que promoveram manifestações para barrar a medida --, além do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Após a aprovação do mecanismo, a chanceler mexicana Patricia Espinosa anunciou que o país iria fortalecer "ações preventivas, por meio de campanhas de informação e de uma presença mais forte, inclusive nos centros de detenção".

Ao todo, o Estado norte-americano bateu o recorde de deportações no ano fiscal de 2010 -- que iniciou em 1 de outubro de 2009 e terminou em 30 de setembro deste ano --, expulsando 392 mil estrangeiros no período.

O número representou um aumento de 70% em comparação com o ano fiscal de 2009, segundo o Departamento de Segurança Interior dos Estados Unidos. De acordo com as informações oficiais, do total, 195 mil seriam criminosos e já tinham sido declarados culpados. (ANSA)