O Ministério do Interior da Inglaterra divulgou recentemente uma mudança em sua política relativa à escravidão moderna no país, que agora é categorizada como um problema inserido dentro da questão da "imigração ilegal e asilo".
Essa mudança, todavia, recebeu grandes críticas de autoridades dentro e fora do governo britânico, uma vez que mais de 25% das potenciais vítimas no país são cidadãos ingleses. Esse grupo é, portanto, invisibilizado com a nova classificação, já que não se tratam de imigrantes.
“A escravidão moderna é um crime que pode afetar as pessoas, não importa de onde sejam ou onde estejam no mundo", explicou Olivia Field, por exemplo, que é uma líder dentro da Cruz Vermelha, conforme repercutido pelo The Guardian.
Para que não se torne mais difícil para as pessoas obterem a ajuda de que precisam, pedimos que a lente sobre o combate à escravidão moderna seja uma salvaguarda focada em proteger as pessoas afetadas por esse crime, em vez de ser tratada como uma questão de imigração", continuou ela.
Já Kate Roberts, da ONG Focus on Labour Exploitation, que busca combater o tráfico de pessoas, enfatiza que, embora o "status de imigração restrito ou inseguro" pode abusado por criminosos que submetem pessoas a condições de trabalho análogas à escravidão, esse não é o caso de todas as vítimas essa atividade criminosa.
A resposta do Ministério de Interior
Em um comunicado ao público, por sua vez, o órgão do governo da Inglaterra reiterou seu foco na conexão entre escravidão moderna e imigração ilegal:
Estamos comprometidos em combater o crime hediondo da escravidão moderna e no Reino Unido temos uma resposta líder mundial. No entanto, está claro que as pessoas estão abusando do nosso sistema quando não têm o direito de estar aqui, para frustrar sua remoção”, afirmou a nota, ainda de acordo com o The Guardian.
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