quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Panamá bate recorde de migrantes que cruzam a selva rumo aos EUA

 

Mais de 158 mil migrantes em rota para os Estados Unidos, em sua maioria venezuelanos, cruzaram até agora em 2022 a floresta panamenha de Darién, fronteira com a Colômbia, segundo dados oficiais obtidos pela AFP.

O número é muito acima do recorde registrado em todo o ano de 2021, quando 133 mil migrantes atravessaram a floresta panamenha, mais que o acumulado em toda a década anterior. Deles, quase três quartos são venezuelanos.

Devido aos efeitos econômicos da pandemia, os venezuelanos "ficaram ainda mais vulneráveis e não podem satisfazer suas necessidades básicas", afirmou nesta quarta-feira (5) à AFP Giuseppe Loprete, chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Panamá.

O mês de setembro foi o período no qual mais migrantes percorreram a rota, com 48 mil pessoas, apesar das chuvas. Somente nos três primeiros dias de outubro foram mais de sete mil.

Além disso, uma tendência mudou. Enquanto em 2021 a maioria era de haitianos e cubanos, em 2022 é de venezuelanos e equatorianos, mas também há asiáticos e africanos.

A onda migratória disparou todos os alarmes do país centro-americano, que pede ajuda internacional para enfrentar este fenômeno de maneira conjunta com os países da região.

"Novamente temos um aumento migratório e o Panamá não pode assumir esta responsabilidade sozinha. Necessitamos de ajuda e vamos pedir", afirmou a chanceler panamenha, Erika Mouynes.

A fronteira entre Panamá e Colômbia, de 266 km, se transformou em um corredor para os migrantes irregulares que, provenientes da América do Sul, cruzam a América Central em seu caminho aos Estados Unidos.

Nesta floresta nativa, de 575.000 hectares, os viajantes enfrentam múltiplos perigos, como animais selvagens, entre eles serpentes venenosas, rios caudalosos e grupos criminosos.

Se o fluxo de migrantes na região continuar crescendo neste ritmo, "meio milhão de pessoas que transitam pelas rotas da América Central e do México precisarão de ajuda humanitária urgente", advertiu à AFP a diretora regional da Federação Internacional da Cruz Vermelha para a América, Martha Keays.

* AFP

gauchazh

www.miguelimigrante.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário