terça-feira, 25 de outubro de 2022

Como o ACNUR responde à fome e insegurança alimentar de refugiados em meio à crise global

 

Tahani, de 5 anos, brinca com a lama perto do abrigo de sua família. Ela está fazendo pão. Pão é o que sua família pode oferecer para comer quando não tem mais nada; pão e água. (©ACNUR/Marie Joelle/Jean Charles)

Atualmente, 828 milhões de pessoas passam fome no mundo, de acordo com as Nações Unidas. Esse número mais que dobrou nos últimos dois anos, recolocando o tema da fome como uma prioridade global.

Existem vários fatores que contribuem para o aumento acentuado da insegurança alimentar nos últimos dois anos: 

  • pandemia da COVID-19 gerou instabilidade econômica, aumento da inflação e interrompimento de cadeias de abastecimento de alimentos, dificultando o fornecimento de ajuda humanitária às pessoas refugiadas, especialmente em locais de difícil acesso; 
  • As mudanças climáticas estão afetando o abastecimento da agricultura e pecuária em todo o mundo e intensificando guerras em decorrência de disputas por recursos naturais;
  • desigualdade e a pobreza fizeram com que alimentos acessíveis estivessem fora do alcance de milhões de famílias; 
  • guerra na Ucrânia teve um efeito cascata nas cadeias de abastecimento e recursos alimentares – além de provocar o deslocamento forçado de mais milhões de pessoas. 

Enquanto essas emergências não param de crescer, o ACNUR não pode deixar para trás as mais de 100 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar e precisam do nosso apoio.

Enquanto essas emergências não param de crescer, o ACNUR não pode deixar para trás as mais de 100 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar e precisam do nosso apoio.

Com os preços dos alimentos atingindo uma alta histórica em 2022 e vários países à beira da fome, o ACNUR Brasil criou a campanha #ComidaPraViagem, fortalecendo os esforços globais de combate à fome entre pessoas que perderam tudo e tiveram que reconstruir suas vidas após o impacto de guerras, perseguições e violações de direitos humanos. 

Contribua agora mesmo para que possamos continuar a garantir que pessoas refugiadas tenham #ComidaPraViagem

Em um mundo altamente conectado, em que a fome é tanto uma causa como uma consequência do deslocamento forçado, aqui estão quatro maneiras pelas quais o mundo pode se unir para acabar com a fome e a insegurança alimentar – e o que a Agência da ONU para Refugiados está fazendo para apoiar esses esforços.

Entrega de ajuda humanitária

Quando a crise atinge e milhões de pessoas são deslocadas à força de suas casas, receber ajuda humanitária essencial é fundamental para garantir a segurança e a saúde das pessoas forçadas a se deslocar. Durante crises humanitárias de grande escala, como a do Iêmen, essa ajuda humanitária costuma ser a única salvação para os necessitados.

O Iêmen enfrenta atualmente uma das piores crises de fome do mundo, com quase 50 mil pessoas vivendo em condições semelhantes à fome e mais 5 milhões enfrentando risco significativo de passar fome em 2022. 

O ACNUR está no Iêmen fornecendo suprimentos e alimentos essenciais, incluindo fontes de alimentos ricos em calorias e nutrientes, mas os conflitos na região e ao redor dificultam o acesso do ACNUR aos mais vulneráveis. Garantir que os caminhos para a ajuda humanitária permaneçam seguros e abertos é fundamental para atender às necessidades de insegurança alimentar.

A sua doação é a última esperança para milhares de famílias iemenitas. Doe hoje mesmo e garanta alimentação para quem mais precisa.

Assistência em dinheiro

A assistência em dinheiro é um programa que oferece às pessoas deslocadas bolsas com valores que lhes permitem retornar a um senso de normalidade. Com ajuda em dinheiro, eles podem comprar alimentos e outros itens essenciais por conta própria, o que também lhes dá a chance de acomodar quaisquer restrições alimentares.

Yulia e seu filho, Vlad, foram forçados a fugir da Ucrânia em março de 2022. Na Polônia, eles puderam receber assistência em dinheiro do ACNUR, o que lhes permitiu permanecer seguros e saudáveis ​​em sua jornada em busca de segurança.

Geração de renda

Quando as cadeias de suprimentos globais e os caminhos para a ajuda humanitária são ameaçados, garantir a segurança alimentar se resume à autossuficiência das comunidades de refugiados e anfitriãs. 

Serafina possui uma barraca de vegetais no mercado do Assentamento de Refugiados Kalobeyei, no Quênia. Aqui, ela pode vender os vegetais que cultiva para alimentar sua comunidade e gera uma renda que pode usar para comprar sua própria comida e suprimentos.

O ACNUR trabalha com parceiros em campos de refugiados em todo o mundo para oferecer oportunidades empresariais aos agricultores. Ao apoiar as habilidades agrícolas e os meios de subsistência dos refugiados, eles têm a oportunidade de ajudar a garantir a segurança alimentar de outros refugiados, bem como de suas comunidades anfitriãs. 

O ACNUR apoia esses empreendedores fornecendo subsídios para fazendas e aluguel de barracas de mercado, sementes, lotes de terra para agricultura, bem como outros suprimentos para ajudar os agricultores a prosperar.

Doe hoje mesmo e ajude muitos empreendedores a manterem os seus negócios!

Resposta às mudanças climáticas 

A autossuficiência e a garantia de que as comunidades deslocadas tenham acesso adequado a fontes de alimentos são essenciais para combater a insegurança alimentar a longo prazo, mas esse objetivo é impossível sem abordar os efeitos da crise climática nessas comunidades.

O Afeganistão e o Chifre da África, por exemplo, enfrentam atualmente uma das piores secas da história. As fontes de água estão secando, deixando as pessoas deslocadas e as comunidades anfitriãs sem acesso à água potável ou água para plantações e gado. Milhares de famílias perderam suas fazendas e estão sendo deslocadas à força novamente para sobreviver.

Combinado com o aumento dos preços dos alimentos e as preocupações de proteção em relação à entrega de ajuda com segurança às pessoas em toda a região, os indivíduos na Etiópia e na Somália estão se aproximando rapidamente de uma terrível crise de segurança alimentar. No Afeganistão, metade da população está passando fome.

A prevenção de crises humanitárias como essas começa com o enfrentamento da crise climática. Sem abordar as mudanças climáticas, comunidades como as do Chifre da África continuarão a perder suas casas e meios de subsistência, e conflitos antigos como no Afeganistão dificilmente irão se dissolver.

Além de trabalhar para garantir que essas pessoas tenham acesso a ajuda humanitária crítica, o ACNUR também está trabalhando com governos e parceiros em todo o mundo para defender a ação climática e reduzir sua própria pegada de carbono nas operações.

Acnur

www.miguelimigrante.blogspot.com

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