quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Mulheres refugiadas e migrantes participam de formação sobre advocacy em Roraima

 Mulheres refugiadas e migrantes participam de formação sobre advocacy em Roraima/noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico

Mais de 20 mulheres participaram da roda de conversa (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

Aprender sobre políticas públicas, leis brasileiras e democracia é um desafio constante para milhares de pessoas refugiadas e migrantes que vivem no Brasil. Para mulheres venezuelanas que têm papel de liderança, além de um desafio, é uma necessidade. Sabendo da importância do compartilhamento dessas informações, a ONU Mulheres, por meio do programa conjunto Moverse, promoveu na primeira semana de outubro o curso “Incidência Política e Advocacy no Brasil: mulheres refugiadas e migrantes protagonistas na mobilização política”. A capacitação foi oferecida a 23 mulheres venezulanas identificadas como lideranças em Boa Vista (RR).

Essa foi a primeira vez que um curso de advocacy e incidência política foi oferecido exclusivamente a mulheres refugiadas e migrantes em Roraima. O curso foi realizado nos dias 5, 6 e 7 com o apoio do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) e da Missão Paz. A palestrante Letícia Carvalho, coordenadora de Advocacy da Missão Paz, esteve à frente da maior parte do treinamento, com orientações importantes sobre cidadania e formas de participação social. “Foram 3 dias de curso e nesse período foram trabalhados conceitos e ferramentas para fazer incidência política. A participação das mulheres foi bem expressiva e desde o primeiro dia que teve a rodada de apresentação, as mulheres pontuaram que estavam felizes com o convite e que era um tipo de conteúdo que elas nunca tiveram acesso, por isso elas entendem a importância de ter esse conhecimento”, disse.

Yormery foi uma das participantes do treinamento. Para ela, o conheimento compartilhado influencia em vária áreas do dia a dia das mulheres refugiadas e migrantes. “O curso tem um conjunto de informações que nos mostra que temos direitos e deveres e que podemos usar isso como ferramenta para o nosso cotidiano. As vezes ficamos caladas por não saber sobre as leis e por sermos migrantes”, refletiu.

Mulheres refugiadas e migrantes participam de formação sobre advocacy em Roraima/noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico
Yormery participou do curso e tirou muitas dúvidas sobre os direitos e deveres de quem mora no Brasil (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

A violência contra a mulher no contexto político e social também esteve entre os temas abordados no curso, assim como as ferramentas e as estratégias possíveis para que as mulheres possam ser mais atuantes nesse meio, que muitas vezes é dominado pela figura masculina. “Com essas informações, nós aprendemos a ter voz e não ser tão vulneráveis. O conhecimento adquirido aqui nessa roda de conversa nos traz poder e com esse aprendizado nós começamos a ter mais domínio e vamos interagindo umas com as outras. São campos de atuação que muitas vezes são desconhecidos e que agora temos acesso”, disse Yormery.

Mulheres refugiadas e migrantes participam de formação sobre advocacy em Roraima/noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico
As palestras abordaram temas importantes e de interesse das mulheres migrantes e refugiadas. (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

Conhecer as ferramentas e as estratégias possíveis é apenas o primeiro passo para a atuação das mulheres refugiadas e migrantes na incidência política no Brasil. Segundo Gabriela Mendes Cardim, assistente de Programas da ONU Mulheres que liderou conversa sobre relações de gênero e advocacy, com acesso ao conhecimento sobre seus direitos, as mulheres são capazes de iniciar mudanças importante nos ambientes em que vivem. “As mulheres muitas vezes estão sujeitas a serem responsáveis pela casa e o homem acaba tendo mais participação na política, pois estão acostumados e são ensinados a isso. É importante que as mulheres também ocupem esse lugar para que muitas demandas sejam atendidas. Lugar de mulher também é na política. Nós ajudamos nessa orientação de como as mulheres podem lidar com esse espaço e como enfrentar isso”, finalizou.

Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto Moverse – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes.

Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. E a terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.

Para receber mais informações sobre o Moverse e sobre a pauta de mulheres refugiadas e migrantes no Brasil, cadastre-se na newsletter do programa em http://eepurl.com/hWgjiL

onumulheres.org.br/

www.miguelimigrante.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário