sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Bispos exigem que políticos se unam para “reforma integral da imigração”

 Manifestação a favor da imigração nos EUA. Foto © Nitish Meena | Unsplash

Manifestação nos EUA. Os bispos apelam a que governos nacionais, estaduais e locais trabalhem juntos para “abraçar o potencial” oferecido pela imigração. Foto © Nitish Meena | Unsplash.

 

Com milhares de imigrantes a tentar entrar diariamente nos Estados Unidos da América, particularmente vindos da Venezuela, e  Joe Biden a recuperar leis implementadas no passado por Donald Trump que permitem expulsá-los, os bispos norte-americanos emitiram esta semana um comunicado exigindo aos líderes do governo que deixem o partidarismo de lado e trabalhem juntos numa “reforma integral da imigração”, que “reconheça a dignidade inviolável de todos os recém-chegados”.

“Os relatórios indicaram esforços coordenados para transportar migrantes – e em alguns casos enganá-los intencionalmente – em prol de resultados que são impróprios de uma sociedade moral. Ao mesmo tempo, estamos profundamente preocupados com a preservação e até a expansão de políticas como o Título 42, que negam injustamente o acesso a proteções humanitárias que foram consagradas na lei como resposta aos horrores testemunhados durante o século XX”, denuncia a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB) na nota publicada no seu site. Nenhuma das situações – consideram – reflete uma imigração “segura, ordenada e humana”.

Para os líderes católicos, é necessária uma reforma que “deve prever a plena integração dos residentes de longa data, promover
unidade familiar, honrar o devido processo legal, respeitar o estado de direito, expandir os caminhos legais, preservar e fortalecer
proteções, priorizar alternativas dignas à detenção, reconhecer as contribuições dos trabalhadores nascidos no exterior, proteger os vulneráveis ​​e abordar as causas profundas da migração”.

“Simplesmente não podemos permitir que a divisão partidária continue a impedir as necessárias intervenções do governo. E embora não haja soluções fáceis para os desafios que enfrentamos, existe um caminho justo à nossa frente que espera ser pavimentado por aqueles que estão comprometidos com o futuro do nosso país”, dizem os bispos norte-americanos.

Lembrando as palavras do Papa Francisco, que na sua Mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados deste ano afirmou que a História nos ensina que “a contribuição dos migrantes e refugiados tem sido fundamental para o crescimento social e económico das nossas sociedades”, o comunicado apela a que governos nacionais, estaduais e locais trabalhem juntos para “abraçar o potencial” oferecido pela “realidade incontornável” da imigração.

“A comunidade católica norte-americana permanece firme no seu compromisso de acolher o estrangeiro, especialmente o mais vulnerável”, destaca ainda a nota, assinada pelo bispo Mario E. Dorsonville, Presidente do Comité de Migração da USCCB. “Seja afegão, ucraniano ou venezuelano, sonhador ou trabalhador rural indocumentado, requerente de asilo, migrante ou refugiado, todos são imbuídos por Deus de uma dignidade inviolável.”


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