A decisão da administração Biden: a partir de 23 de maio, a legislação em vigor desde março de 2020, no início da pandemia da Covid, que permitia rejeitar migrantes e requerentes de asilo por causa da emergência sanitária, será suspensa.
Fronteira Estados Unidos
Em 1º de abril, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças emitiram uma ordem muito clara: a partir de 23 de maio, termina os efeitos do chamado Título 42, uma medida desejada pelo predecessor Trump no início da pandemia de Covid e que permitiu limitar a imigração para os Estados Unidos invocando a emergência sanitária. "Aplaudimos o fim desta política prejudicial", é o comentário de dom Mario E. Dorsonville, bispo auxiliar de Washington e presidente do Comitê sobre Migração da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
Mais de um milhão de migrantes expulsos
Originalmente promulgada com o suposto objetivo de reduzir a transmissão da Covid-19, esta política levou à deportação de mais de um milhão de migrantes pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA em dois anos, incluindo muitas crianças e famílias em busca de asilo. Na implementação desta legislação, os procedimentos normais de imigração foram evitados e contornados todos os procedimentos de processos justo, em favor da repatriação forçada, inclusive de indivíduos e grupos familiares que fogem de perseguições ou violações graves de seus direitos fundamentais, a maioria deles de países centro-americanos.
Bispos: sim à imigração segura, ordenada e humana
“Meus irmãos bispos e eu, ao longo da fronteira EUA-México, defendemos há muito tempo políticas que são apoiadas por sólidas motivações científicas, que respeitem a dignidade inerente dos migrantes, que preservem a vida humana", continuou dom Dorsonville, "todos reconhecendo o direito das nações de manter suas próprias fronteiras". "Qualquer aumento percebido ou real de migrantes vulneráveis que procuram refúgio em nossas fronteiras nos próximos meses não será um resultado direto desta mudança", disse ele, "muitos já estão à nossa porta, incapazes de aproveitar a oportunidade de buscar proteção de acordo com as leis estadunidenses e internacionais". A perseguição, a violência, os desastres naturais e outras causas de migração continuarão a forçar as pessoas a buscar proteção até que sejam feitos esforços mais vigorosos para enfrentá-los.
Plano abrangente de fronteira urgentemente necessário
"Exortamos a administração Biden a implementar um plano abrangente para a fronteira que garanta um tratamento humano de todas as pessoas e respeite sua dignidade dada por Deus, salvaguardando ao mesmo tempo o justo processo", insistiu o bispo. "Isto só pode ser alcançado com sucesso através de uma estreita coordenação entre o governo central, as comunidades fronteiriças e a sociedade civil em todo o país, particularmente as organizações que prestam apoio humanitário. "Em menos de uma semana celebraremos a solenidade da Páscoa". Enquanto preparamos nossos corações para encontrar o sacrifício final de Cristo, reflitamos sobre seu amor inabalável por nós e permitamos que Ele nos leve a essa mesma efusão de caridade diante dos desafios de nosso tempo", concluiu dom Dorsonville.
Radio Vaticano
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