quarta-feira, 20 de abril de 2022

EUA busca acordo sobre migração com a América Latina

 

Antony Blinken (AFP/Brendan SMIALOWSKI) (Brendan SMIALOWSKI)

Os Estados Unidos buscam alcançar um acordo "firme" com os países da América Latina sobre migração com vista para a Cúpula das Américas, que acontece em junho em Los Angeles, disse nesta quarta-feira (20) o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

O chefe diplomacia americana está reunido no Panamá com ministros de cerca de 20 países latino-americanos em busca de acordos para abordar o tema da migração irregular na região.

O número recorde de pessoas que se deslocam em todo o mundo, provocado em muitas ocasiões por conflitos bélicos, crises econômicas, mudança climática e pobreza, gera uma crise humanitária que tem preocupado cada vez mais o presidente americano, Joe Biden.

Blinken afirmou que as conversas no Panamá tem como objetivo "firmar as bases para uma Declaração de nossos líderes" para a Cúpula das Américas, que será realizada de 6 a 10 de junho em Los Angeles.

A declaração sobre a proteção aos migrantes deve estabelecer "nossos princípios compartilhados para uma resposta colaborativa e coordenada", apontou Blinken.

"Nós podemos fazer uma diferença profunda na vida de nossos concidadãos mais vulneráveis e pelo futuro da nossa região", acrescentou.

Biden convocou a cúpula com o objetivo de promover a democracia e isolar os governos autoritários da região.

Cidadãos de El Salvador, Guatemala, Haiti e Honduras fogem da pobreza extrema, da violência e dos desastres naturais agravados pela mudança climática.

Além disso, a inóspita selva de Darién, na fronteira entre Panamá e Colômbia, também é corredor para a migração irregular.

Em 2021, mais de 133.000 pessoas cruzaram essa selva panamenha em sua rota da América do Sul para os Estados Unidos, e até agora em 2022, 13.000 migrantes já a atravessaram, mais que o dobro do mesmo período do ano anterior.

Quase 100 milhões de pessoas no mundo todo deixaram suas casas como parte da crise migratória. A atenção atualmente também está voltada para a Ucrânia, de onde 4,9 milhões fugiram desde a invasão russa em fevereiro.

Durante a reunião no Panamá, Blinken chamou para combaterem as causas fundamentais da migração irregular e apoiar países como Colômbia, México, Panamá e Costa Rica, que estão prestando assistência aos migrantes.

"Nenhum país sozinho pode resolver um desafio tão complicado quanto a migração", acrescentou.

Por sua parte, a chanceler panamenha, Erika Mouynes, considerou que o fenômeno migratório aumentará, impulsionado pelos efeitos da mudança climática e invasão da Ucrânia.

AFP

www.miguelimigrante.blogspot.com

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