Uma pesquisa realizada pela ONG Estou Refugiado, em parceria com o Instituto Qualibest, aponta que o desemprego ou a dificuldade para encontrar trabalho são os principais problemas enfrentados por 66% dos refugiados no Brasil.
O levantamento entrevistou 503 pessoas, por meio de um questionário enviado aos refugiados, entre os dias 14 de janeiro e 21 de setembro de 2021.
Foram incluídos imigrantes de 18 anos ou mais que vivem no país entre 6 meses e 7 anos, na condição de refugiados, solicitantes de refúgio e residentes temporários ou por tempo indeterminado.
As dificuldades financeiras são justamente a principal razão pela qual essas pessoas deixaram seus países de origem. Quando questionadas sobre o motivo de terem saído de suas nações, 69% citaram problemas econômicos.
Cerca de 35% dos entrevistados estavam desempregados quando responderam ao questionário, enquanto 31% eram assalariados. Dentre o grupo que estava trabalhando, o setor de serviços era o principal responsável pelas contratações.
Mais da metade dos imigrantes que participaram da pesquisa são venezuelanos. Especialmente a partir de 2015, diante da crise social e econômica na Venezuela, o fluxo de cidadãos do país em direção ao Brasil aumentou expressivamente.
Também há representatividade relevante no estudo de angolanos, congoleses, colombianos, sírios e cubanos, além de outros.
Perseguição política
Atrás dos problemas econômicos, a perseguição política em seus países de origem é o segundo motivo que obriga os imigrantes a deixarem suas casas –com 21% dos relatos.
No caso dos congoleses, o percentual dá um salto e atinge os 42%. Recentemente, o caso do jovem Moïse Kabagambe, assassinado no Rio de Janeiro, chocou o país.
Na época do crime, a mãe do congolês relatou ter deixado seu país por medo da violência provocada pela guerra.
Embora a solidariedade do povo brasileiro tenha sido apontada por 62% dos participantes da pesquisa da ONG, 47% do total relataram já ter sofrido discriminação no país, principalmente motivada por suas nacionalidades, de acordo com os próprios entrevistados.
cnnbrasil
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