terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Projeto Mi Casa, Tu Casa inaugura duas novas bibliotecas para refugiados e migrantes em Roraima

 

Jovens em abrigos ganham local climatizado para leitura. ©ACNUR/Adriana Duarte

 Duas novas bibliotecas para refugiados e migrantes da Venezuela abrigados pela Operação Acolhida em Boa Vista (Roraima) foram inauguradas nesta sexta-feira, 28, pelo projeto Mi Casa, Tu Casa • Minha Casa, Sua Casa. A iniciativa é do jornal Joca, em parceria com ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), a organização não-governamental Hands On Human Rights e a Operação Acolhida – resposta do governo brasileiro ao fluxo de venezuelanos que buscam proteção no país. 

Os novos espaços para crianças e adolescentes venezuelanos ficam no abrigo Pricumã e no Espaço Emergencial 13 de Setembro, geridos pela ONG FSF (Fraternidade Sem Fronteiras), parceira do ACNUR na Operação Acolhida. Além de contar com uma área para leitura, os jovens poderão realizar empréstimo para ler livros em outros locais dos abrigos.  

Um grupo de 12 voluntários do Mi Casa, Tu Casa desembarcou em Boa Vista na última segunda-feira (24/01) para organizar os livros, pintar os espaços, ler histórias para os jovens venezuelanos e fazer pesquisas para saber como as bibliotecas estão impactando o dia a dia de quem vive nos abrigos temporários de Roraima.

Eles também aproveitaram a viagem para visitar uma das bibliotecas entregues na primeira missão do projeto, em julho de 2021, no abrigo Rondon 1. “Por lá, os livros já fazem parte da rotina das crianças, que há cerca de seis meses contam com um ambiente agradável para ler e ouvir histórias. As obras também podem ser levadas por elas para a casa que ocupam dentro do abrigo, para um empréstimo de alguns dias”, diz Stéphanie Habrich, fundadora e diretora-executiva do Joca 

 As bibliotecas contam com um sistema de guardiões para cada espaço: os venezuelanos, jovens e adultos, se revezam para cuidar do local e do empréstimo de livros, com a ajuda de uma pessoa ligada ao Mi Casa, Tu Casa. 

 A partir desta sexta-feira, o projeto Mi Casa, Tu Casa passa a beneficiar quase 1.200 crianças e adolescentes venezuelanos de até 17 anos. Além disso, as bibliotecas têm uma área com livros para adultos, que podem ajudar na familiarização com a língua portuguesa. No total, os abrigos contemplados chegam a beneficiar cerca de 2.400 pessoas, entre jovens e adultos. 

 “Projetos como o Mi Casa, Tu Casa são poderosos por aproximarem crianças e adolescentes brasileiras por meio de cartas e do jornal infantil do tema da migração e refúgio e, ao mesmo tempo, terem um impacto positivo na vida de jovens abrigados. Os livros podem ser grandes amigos que contam histórias, ajudam a superar traumas e ensinam português”, diz Oscar Sanchez Piñeiro, chefe de escritório do ACNUR em Boa Vista. 

Livros apoiam na alfabetização de crianças e adolescentes. ©MCTC / Dasha Horita

Sobre o Mi Casa, Tu Casa • Minha Casa, Sua Casa

O objetivo do projeto é levar livros e cartas de apoio a crianças e adolescentes venezuelanos que vivem em Roraima. Para isso, Joca, ACNUR, Hands On Human Rights e Operação Acolhida se uniram em abril de 2021 e lançaram uma campanha para arrecadação de obras, recursos e cartas.  

 Em mobilização inédita no mundo em prol dos refugiados e migrantes, cerca de 40 mil estudantes de 80 escolas públicas e particulares de diversos estados do Brasil arrecadaram mais de 37 mil livros em português e espanhol, além de escreverem mais de 4.600 cartas para os jovens venezuelanos. Todos os dados sobre o projeto podem ser acompanhados no site: conteudo.jornaljoca.com.br/mi-casa 

Os dados do ACNUR revelam que, atualmente, existem mais de 6,4 milhões de pessoas venezuelanas fora de seu país, entre refugiados e migrantes.

De acordo com os dados do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), desde 2016 o Brasil reconheceu cerca de 53 mil pessoas como refugiadas, de diversos países. Dessas, 48 mil são venezuelanas. Ainda segundo o ACNUR, cerca de 7.200 venezuelanos vivem em abrigos de Boa Vista e de Pacaraima, cidades de Roraima. Desse total, metade (50%) é composta por jovens com idade entre 0 e 17 anos (dados de janeiro de 2022). 

Sobre o jornal Joca 

O Joca é o primeiro jornal do Brasil para jovens e crianças. Inspirado nas publicações do gênero na Europa, usa linguagem adequada para o público infantojuvenil e aborda temas do noticiário de atualidades, além de assuntos inovadores que instigam a curiosidade de jovens e crianças: www.jornaljoca.com.br 

Acnur

www.miguelimigrante.blogspot.com

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