terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Seis em cada sete pessoas no mundo têm sentimento de insegurança

 


Foto: © UNICEF/Anush Babajanyan/VII Photo
Novo relatório destaca que o aumento da solidariedade deve ser além-fronteiras
    

Programa da ONU para Desenvolvimento, Pnud, alerta sobre baixa na percepção de proteção individual; pandemia agrava situação gerada por fatores como crise climática, desafios do mundo digital, falta de igualdade, conflitos e limitações no setor da saúde. 

As Nações Unidas afirmam que o mundo precisa de mais solidariedade diante de ameaças que se acentuaram nos últimos anos. Esses desafios se revelam em tecnologias digitais, desigualdades, conflitos e a capacidade dos sistemas de saúde de enfrentar novas crises como a pandemia. 

Segundo um novo relatório do Programa da ONU para Desenvolvimento, Pnud, seis em cada sete pessoas no mundo vivem o sentimento de insegurança. 

Solidariedade 

A agência lançou a pesquisa global Novas Ameaças à Segurança Humana no Antropoceno enfatizando que além de solidariedade, a situação requer uma reorientação de esforços de desenvolvimento. 

Sensação de segurança e de baixa proteção das pessoas estão em níveis baixos em quase todos os países
Foto: Unicef/Joshua Estey
Sensação de segurança e de baixa proteção das pessoas estão em níveis baixos em quase todos os países

 

O diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano, Pedro Conceição, disse à ONU News que a nova constatação foi surpreendente na sua dimensão. 

“Há um contexto em que estamos a viver todos nós: em que ter saúde ou padrões de vida relativamente confortáveis não garante que as pessoas se sintam seguras. Na verdade, o relatório identifica que nalguns dos países, em que o nível de desenvolvimento humano é mais alto, em termos de índice de desenvolvimento, o crescimento de insegurança cresceu mais. Há algo aqui no atual contexto que leva as pessoas a não se sentirem seguras.” 

O documento destaca que tanto a sensação de segurança como o de proteção das pessoas estão em níveis baixos em quase todos os países.  

Ansiedade 

Pedro Conceição frisa que o fato acontece apesar de anos de melhoria no progresso.   

 

“Há um contexto que está ligado, por exemplo, às mudanças climáticas ou à Covid-19, que está relacionado com processos de alterações a nível global e ligado a novos perigos. Portanto, o mundo está mais perigoso. E as pessoas não vêm por exemplo de que forma é que podem ir de encontro às oportunidades, muitas das quais poderiam ser oferecidas à medida em que entramos mais no Século 21.” 

O documento ressalta que aqueles que se beneficiam de alguns dos mais altos níveis de bons resultados em saúde, riqueza e educação estão relatando uma ansiedade ainda maior do que há 10 anos. 

O relatório destaca ainda que o aumento da solidariedade deve ser além-fronteiras. 

Essa situação deve ser acompanhada de uma nova abordagem ao desenvolvimento para uma realidada que “permita que as pessoas vivam livres de carência, do medo, da ansiedade e da falta de dignidade.” 

Mudança climática  

Na publicação, o chefe do Pnud, Achim Steiner, destaca que se observa “o momento de se reconhecer os sinais de sociedades que estão sob imenso estresse e redefinir o que realmente significa progresso.” 

Crise da Covid-19 acentuou sentimento de insegurança dos últimos anos
Yun Liu
Crise da Covid-19 acentuou sentimento de insegurança dos últimos anos

 

Para tal é preciso “um modelo de desenvolvimento adequado ao propósito que seja construído em torno da proteção e da restauração do planeta com novas oportunidades sustentáveis ​​para todos.” 

Num momento de queda da expectativa de vida global pelo segundo ano devido à pandemia, fatores como a mudança climática podem se tornar uma das principais causas de morte em todo o mundo.  

O Pnud ressalta que apesar de uma mitigação moderada das emissões, cerca de 40 milhões de pessoas podem morrer com a alteração das temperaturas antes do final do século.

onunews

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