Programa da ONU para Desenvolvimento, Pnud, alerta sobre baixa na percepção de proteção individual; pandemia agrava situação gerada por fatores como crise climática, desafios do mundo digital, falta de igualdade, conflitos e limitações no setor da saúde.
As Nações Unidas afirmam que o mundo precisa de mais solidariedade diante de ameaças que se acentuaram nos últimos anos. Esses desafios se revelam em tecnologias digitais, desigualdades, conflitos e a capacidade dos sistemas de saúde de enfrentar novas crises como a pandemia.
Segundo um novo relatório do Programa da ONU para Desenvolvimento, Pnud, seis em cada sete pessoas no mundo vivem o sentimento de insegurança.
Solidariedade
A agência lançou a pesquisa global Novas Ameaças à Segurança Humana no Antropoceno enfatizando que além de solidariedade, a situação requer uma reorientação de esforços de desenvolvimento.
O diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano, Pedro Conceição, disse à ONU News que a nova constatação foi surpreendente na sua dimensão.
“Há um contexto em que estamos a viver todos nós: em que ter saúde ou padrões de vida relativamente confortáveis não garante que as pessoas se sintam seguras. Na verdade, o relatório identifica que nalguns dos países, em que o nível de desenvolvimento humano é mais alto, em termos de índice de desenvolvimento, o crescimento de insegurança cresceu mais. Há algo aqui no atual contexto que leva as pessoas a não se sentirem seguras.”
O documento destaca que tanto a sensação de segurança como o de proteção das pessoas estão em níveis baixos em quase todos os países.
Ansiedade
Pedro Conceição frisa que o fato acontece apesar de anos de melhoria no progresso.
“Há um contexto que está ligado, por exemplo, às mudanças climáticas ou à Covid-19, que está relacionado com processos de alterações a nível global e ligado a novos perigos. Portanto, o mundo está mais perigoso. E as pessoas não vêm por exemplo de que forma é que podem ir de encontro às oportunidades, muitas das quais poderiam ser oferecidas à medida em que entramos mais no Século 21.”
O documento ressalta que aqueles que se beneficiam de alguns dos mais altos níveis de bons resultados em saúde, riqueza e educação estão relatando uma ansiedade ainda maior do que há 10 anos.
O relatório destaca ainda que o aumento da solidariedade deve ser além-fronteiras.
Essa situação deve ser acompanhada de uma nova abordagem ao desenvolvimento para uma realidada que “permita que as pessoas vivam livres de carência, do medo, da ansiedade e da falta de dignidade.”
Mudança climática
Na publicação, o chefe do Pnud, Achim Steiner, destaca que se observa “o momento de se reconhecer os sinais de sociedades que estão sob imenso estresse e redefinir o que realmente significa progresso.”
Para tal é preciso “um modelo de desenvolvimento adequado ao propósito que seja construído em torno da proteção e da restauração do planeta com novas oportunidades sustentáveis para todos.”
Num momento de queda da expectativa de vida global pelo segundo ano devido à pandemia, fatores como a mudança climática podem se tornar uma das principais causas de morte em todo o mundo.
O Pnud ressalta que apesar de uma mitigação moderada das emissões, cerca de 40 milhões de pessoas podem morrer com a alteração das temperaturas antes do final do século.
onunews
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