REUTERS/Ailen Diaz
A ONU condenou nesta quinta-feira (3) os "atos de discriminação e xenofobia" ocorridos dias atrás contra imigrantes sem documentos nas cidades de Iquique e Arica, no norte do Chile, durante protestos contra o aumento da criminalidade que alguns associam a estrangeiros.
"Pedimos às autoridades nacionais, regionais e locais que garantam o devido respeito aos direitos humanos de todas as pessoas para viver uma vida livre de violência, particularmente aquelas comunidades que acolhem pessoas em mobilidade humana", indicou o escritório da ONU no Chile em um comunicado.
"Condenamos os ataques a funcionários das forças de ordem pública e os atos de discriminação e xenofobia que ocorreram", continuou a nota, em relação ao espancamento de policiais, por parte de estrangeiros, e ataques a acampamentos de rua de migrantes em uma demonstração posterior de repúdio.
Ambas as situações ocorreram na cidade litorânea de Iquique, cerca de 1.750 km ao norte de Santiago, e mais uma vez evidenciaram os problemas na área após a chegada maciça desde o final de 2019 de milhares de imigrantes irregulares através de passagens clandestinas no deserto do Atacama, nas fronteiras com o Peru e a Bolívia.
A maioria dos imigrantes é de cidadãos venezuelanos em condições de extrema pobreza. Aqueles que cruzam com mais recursos econômicos e familiares no Chile chegam a cidades do sul ou à capital, mas os mais desamparados montam acampamentos em praças e praias desta cidade.
"Pedimos a todas as pessoas que não usem eventos isolados para promover discriminação e violência contra refugiados e migrantes", pediu a ONU.
Na última segunda-feira, Iquique acordou com uma greve geral de serviços e dezenas de caminhões bloqueavam o acesso à cidade e às principais ruas. Cerca de 4.000 pessoas saíram para protestar, gritando ofensas xenofóbicas.
Esse protesto terminou com um venezuelano ferido e um acampamento de estrangeiros despejados à força, em imagens que se repetem desde setembro do ano passado.
AFP
O Povo.com
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