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Os migrantes, os refugiados, as pessoas ciganas e os jovens são os mais vulneráveis no mercado de trabalho português, aponta um relatório da Cáritas Europa, que destaca o impacto da pandemia de covid-19.
A avaliação sobre Portugal, que foi divulgada esta segunda-feira e integra o relatório anual da Cáritas Europa sobre pobreza (CARES!), salienta que no período que antecedeu a pandemia provocada pela covid-19 a economia portuguesa "tinha uma performance positiva com uma tendência moderada de crescimento", salientando que, segundo dados do Eurostat, entre 2010 e 2020 a "taxa de emprego entre homens e mulheres cresceu e a taxa de desemprego baixou".
No entanto, os dados relativos ao terceiro trimestre de 2020, que refletem os efeitos iniciais da pandemia, "mostram uma rápida e considerável redução na taxa de emprego e um aumento da taxa de desemprego quando comparado com o terceiro trimestre de 2019".
Defende, por isso, que sejam criadas condições para uma economia que apoie os trabalhadores mais vulneráveis, que aumentem as políticas de criação de emprego e o apoio social e que as autoridades portuguesas fomentem a inovação, a requalificação e formação profissionais e implemente medidas de apoio aos mais jovens.
"Além disso, as autoridades precisam de fazer um esforço para aumentar o salário mínimo para assegurar que as pessoas sejam capazes de cobrir os seus custos diários", refere a Cáritas Europa.
Uma segunda recomendação vai no sentido de que seja dada mais atenção aos trabalhadores da área dos cuidados, que "são, na sua maioria, não qualificados, têm salários baixos e trabalham por turnos" e precisam de mais do que um emprego para fazer face às despesas e aos custos de vida, apesar de ter sido um grupo reconhecido como essencial durante a pandemia.
"As autoridades nacionais necessitam de renovar as qualificações profissionais, formação e competências dos trabalhadores da assistência social, e assegurar condições de trabalho mais justas com acesso a benefícios sociais", diz a instituição.
Na opinião da Cáritas Europa, o impacto da pandemia no mercado de trabalho português foi evidente e os efeitos socioeconómicos foram particularmente severos entre as pessoas com níveis de educação mais baixos, entre as quais o risco de desemprego foi mais elevado, mas também entre os jovens, os trabalhadores com mais idade (em particular as mulheres), os migrantes e os trabalhadores da área da assistência social.
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