Cerca de 80
famílias, entre imigrantes refugiados no Brasil e migrantes de outras unidades
da Federação, ocuparam um prédio abandonado na Liberdade, no centro de São
Paulo, na madrugada deste domingo (13/6).
A entrada ao
edifício localizado na Praça Carlos Gomes foi organizada pelo Movimento de Luta
nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). A ocupação leva o nome de Jean-Jacques
Dessalines, em alusão ao líder da Revolução Haitiana que proclamou a
independência do país.
Segundo o
movimento, as famílias vieram de países como Haiti, Bolívia, Venezuela e
Holanda. Os brasileiros migrantes chegaram do Ceará, da Bahia, de Tocantins e
de outros. O prédio acumula dívidas de impostos não pagos à prefeitura de São
Paulo.
“[Essas
famílias] chegaram aqui de todas as maneiras possíveis, desde aviões até a pé,
buscando aqui a oportunidade de uma vida melhor. Com o aprofundamento da crise,
deixaram de conseguir o mínimo necessário para viver”, disse o coordenador da
ocupação, Guilherme Brasil.
De acordo com
os ocupantes, o prédio passa por um processo de limpeza e organização. Uma
cozinha coletiva será montada para o preparo de refeições aos moradores.
Nesta
madrugada, a Polícia Militar de São Paulo esteve no local para impedir a entrada
das famílias. As lideranças do movimento foram encaminhadas ao 78º Distrito
Policial, no Jardim América, para prestar esclarecimentos. O Metrópoles entrou
em contato com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) e
aguarda uma resposta.
“Precisamos de
um teto para proteger nossas crianças do coronavírus e, já que o governo não
faz nada, não tivemos opção senão ocupar esse espaço que estava há anos
abandonado e fazer tudo pelas nossas mãos. As famílias imigrantes querem
viver”, declarou uma moradora, que preferiu não ser identificada.
.metropoles.com/brasil
www,miguelimigrante.blogspot.com
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