A polícia dinamarquesa escolta uma família síria em busca de asilo na Dinamarca após identificá-la na verificação de identidade dos passageiros de um trem que chegava da Alemanha, em 6 de janeiro de 2016, em Padborg, Dinamarca. [Sean Gallup/Getty Images]
O discurso anti-imigrante, que desumaniza os deslocados, está em ascensão nos círculos governamentais dinamarqueses e os refugiados sírios estão sofrendo as consequências, relatou hoje o EUobserver.
Ontem, o parlamento aprovou uma lei que permite à nação deslocar os requerentes de asilo para fora da Europa, para que seus pedidos de refúgio sejam avaliados.
A ONU se opôs ao projeto de lei da Dinamarca por temer que viole os direitos dos refugiados e encoraje outros estados da União Europeia a seguirem o exemplo.
Uma nuvem de medo e incerteza paira sobre os refugiados na Dinamarca, pois sua vida recém-construída pode acabar a qualquer momento.
Em janeiro, a primeira-ministra Mette Frederiksen disse ao parlamento que o objetivo do governo é ter “zero requerentes de asilo chegando à Dinamarca”.
“Se você pedir asilo na Dinamarca você sabe que será enviado de volta para um país fora da Europa e, portanto, esperamos que as pessoas deixem de procurar asilo na Dinamarca”, disse Rasmus Stoklund, o orador do partido do governo sobre imigração, à emissora DR no início deste mês.
Após dez anos de crise, a vida está mais difícil do que nunca para os sírios deslocados. Milhões foram obrigados a fugir de suas casas desde 2011, buscando segurança como refugiados no Líbano, Turquia, Jordânia e países europeus, ou foram abandonados dentro da Síria, de acordo com as Nações Unidas.
Hoje, 13,4 milhões de pessoas estão necessitando de assistência humanitária na Síria.
Cerca de 6,6 milhões vivem em todo o mundo, 5,6 milhões em países vizinhos da Síria, conforme estatísticas da ONU apresentadas em março.
No início deste ano, a Dinamarca se tornou a primeira nação da União Europeia a privar os refugiados sírios de sua cidadania, com o argumento de que Damasco e as áreas vizinhas são seguras para retorno e não precisam mais de proteção internacional.
Em abril, as autoridades dinamarquesas revogaram as residências de 94 refugiados sírios em uma semana, apesar de nem a ONU, nem outros países, considerarem Damasco seguro.
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