segunda-feira, 28 de junho de 2021

Filhos de imigrantes frequentam menos a escola no RS, aponta estudo

 


Filhos de imigrantes residentes no Rio Grande do Sul têm menor frequência escolar em comparação com as famílias de origem nacional em todas as faixas etárias, de zero a 24 anos. Na Educação Infantil, a prole de estrangeiros está presente 3,5 pontos percentuais a menos. A diferença aumenta para seis pontos percentuais nos ensinos Básico e Médio e salta para 13,6 na educação Técnica e Superior. 

Os achados constam em estudo que traçou um perfil dos imigrantes que vivem no Rio Grande do Sul, liderado por Daiane Menezes, pesquisadora em sociologia do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão.

O mais interessante foi conseguir incorporar a composição da família do imigrante e os seus filhos. Chegamos à constatação de que eles têm maior dificuldade para manter os filhos na escola. Não se consegue saber se isso ocorre pela dificuldade em realizar a matrícula, em validar anos anteriores da escolaridade ou pela questão da língua. Isso serve de atenção para os órgãos que trabalham com esse público, para que seja inserido desde cedo — avalia Daiane.  

As restrições impostas pela pandemia de coronavírus também são hipótese considerada como entrave para o acesso à escola. Outro ponto destacado é que as famílias de migrantes têm menos filhos do que as brasileiras, com 2,8 pontos percentuais a menos neste indicador. 

Para chegar às conclusões, Daiane se valeu de três bases de dados, com informações coletadas entre os anos de 2018 e 2021: o Cadastro Único (CadÚnico), onde se encontram os mais vulneráveis elegíveis a programas sociais, o Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra), plataforma em que a Polícia Federal procede solicitações de regularização, e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ferramenta que contabiliza os inseridos no mercado de trabalho formal. 

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