Presidente Marcelo Rebelo de Sousa diz à ONU News que, por ser uma cultura de migração, seu país está em posição natural de convencer a Europa a melhor compreender a urgência de mais apoio a quem é obrigado a deixar suas casas para recomeçar a vida no continente.
Uma das grandes tarefas de Portugal na Presidência da União Europeia, neste primeiro semestre de 2021, está sendo liderar o processo de aumentar o apoio do bloco regional para acolher mais refugiados e migrantes. Foi o que disse à ONU News, o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa.
Ele esteve em Nova Iorque, na semana passada, para a cerimônia de eleição do segundo mandato de António Guterres à frente da ONU como secretário-geral.
Abrigo
Rebelo de Sousa afirmou que Portugal, pela sua história e experiência, sabe como ninguém a importância de se acolher a quem precisa de abrigo. O repórter Eleutério Guevane perguntou a ele como Portugal convencia as demais nações europeias, que tenham outra posição sobre o tema.
“Nós estamos aí como no clima, no clima natural como no clima humano, que tem a ver com as migrações, nós estamos na liderança do processo. Ainda agora na Presidência, nós não deixamos cair o processo. Sabemos que há, quem não acompanha o mesmo ritmo, por uma razão muito simples: porque não conhece. Quem não conhece, não entende. Quem não entende não pode amar. E o que acontece com muitos dos países, de vários continentes, é que não têm a proximidade que nós temos. E por isso temos de explicar. Temos de explicar que o que acontece no Mediterrâneo, que acontece nos outros oceanos, as migrações que são transcontinentais, têm a ver com falta de parceria e com problemas de desenvolvimento, que vêm de egoísmos que são de muitos de nós. Mas explicar isso a quem não teve essa experiência é difícil.”
Há alguns anos e após o dramático aumento da chegada de migrantes à Europa, especialmente à Itália, pelo mar, intensificou-se o debate sobre operações de resgate e o gerenciamento de um número, cada vez maior, de pessoas para serem acolhidas pelos países do continente.
Violência
O tema despertou uma discussão internacional sobre a questão humanitária e a necessidade de socorro de quem por desespero é forçado a fugir de sua casa devido à perseguição, violência e outras razões, para recomeçar do zero em outro país.
Segundo a página da Comissão Europeia, havia 23 milhões de pessoas vivendo nos países da União Europeia, em 2020, que não eram cidadãos do continente. O número equivale a 5,1% de todos os habitantes do bloco.
Em 2019, países europeus concederam cidadania a 706,400 pessoas, um aumento de 5% se comparado ao ano anterior. No mesmo ano, a Assembleia Geral da ONU adotou o Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular, que pretende apoiar mais de 281 milhões de migrantes em todo o mundo.
Onunews
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