Acolher, tendo em mente que o país tem muito a ganhar com a
chegada dos imigrantes. Esse foi o principal mote do Seminário Nova Lei de
Migração: uma janela de oportunidades, realizado na manhã desta sexta-feira
(20/07), na sede da Fiesp, em São Paulo. O evento reuniu especialistas no tema,
tendo a participação da diretora titular de Responsabilidade Social e
vice-presidente do Conselho Superior de Responsabilidade Social da federação,
Grácia Fragalá.
O Pacto Global foi um parceiro da Fiesp na realização do
seminário. O Pacto tem por objetivo de mobilizar a comunidade empresarial
internacional para a adoção, em seus negócios, de valores internacionalmente
aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e
combate à corrupção.
“Vários levantamentos mostram a importância de receber os
refugiados, destacando como isso é benéfico para os países que abrem as suas
portas”, afirmou. “A vinda dos imigrantes traz diversidade e oxigena a
economia, estamos falando de acolher seres humanos”, disse.
Para Grácia, ter um imigrante no quadro de funcionários é
“proporcionar intercâmbio internacional pela convivência e pela aprendizagem”.
“Vamos ajudar em campanhas educativas sobre a lei para diminuir a resistência
em torno do tema”, disse. “Somar esforços para um cenário que é realidade hoje
no país”.
Também presente na abertura, a chefe do escritório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Maria Beatriz Nogueira, afirmou
que existem mais de 68 milhões de pessoas em situação de deslocamento
involuntário no mundo, dos quais 25 milhões de refugiados. “Estamos falando de
uma situação de urgência”, disse. “É uma necessidade e uma característica do Brasil
receber quem vem de fora”.
Segundo ela, mais de 1,5 milhão de venezuelanos já saíram de
seu país, a maioria para a América do Sul e América Central. Desses, 50 mil
vieram para o Brasil. “Muitas razões fazem as pessoas saírem”, explicou. “O
governo brasileiro tem foco na abertura de fronteiras e na acolhida
humanitária”, disse. “Com o direito de trabalhar e usar serviços públicos”.
Questão de estratégia
“É estratégico que os imigrantes sejam integrados à
sociedade”, disse. “Trabalhamos para dar
mais visibilidade a essas boas experiências, estamos estudando criar uma
plataforma para divulgar as ações das empresas que vivem esse trabalho de
inclusão”.
Analista de Paz e Governança do Programa das Nações Unidas
para o desenvolvimento da PNUD, Ana Cristina Silva Barroso destacou o trabalho
feito com os venezuelanos no norte do país, visando a inserção social e o
emprego. “É fundamental que fechemos parcerias para ajudar essas pessoas”,
disse.
Subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa
Civil/Presidência da República, Natália Marcassa de Souza lembrou que os
venezuelanos começaram a chegar ao Brasil no final de 2016.
“Eles vão principalmente para Boa Vista, capital de Roraima,
já são 10 mil venezuelanos lá”, disse.
De acordo com Natália, com a chamada Operação Acolhida, o
governo decidiu federalizar e centralizar as iniciativas ligadas aos
imigrantes. “Os imigrantes querem dignidade e oportunidade de trabalhar, não
caridade”, explicou. “A interiorização é o caminho, levar para outras cidades,
sempre buscando sensibilizar as empresas, buscando parceiros”.
Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp
www.miguelimigrante.blogspot.com
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