quarta-feira, 26 de abril de 2017

Organização alerta para "mais grave crise do mundo" no Iémen

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) advertiu hoje que a crise no Iémen se tornou na mais grave do mundo, com 18,8 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária ou de proteção.

Desde 2015, diz a organização em comunicado, que mais de 3,3 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar a suas casas por questões de segurança, permanecendo dois milhões deslocadas.

A OIM salienta que o conflito no país não tem fim à vista e que continua a aumentar o número de pessoas que têm de fugir da guerra.

Anos de pobreza, subdesenvolvimento, declínio ambiental, conflitos intermitentes e fraco Estado de direito (incluindo violações generalizadas dos direitos humanos) "têm contribuído para mais de cinco anos de crise", diz a OIM no comunicado, acrescentando que a desagregação de serviços, como hospitais, a pobreza galopante ou o colapso do setor agrícola agravaram ainda mais a situação.

"O conflito e as suas consequências económicas levaram também a uma crise alimentar. Mais de 17 milhões de pessoas estão hoje inseguras em termos alimentares, das quais 6,8 milhões precisam de ajuda alimentar imediata", diz-se no comunicado.

Segundo a OIM, a crise não é apenas caracterizada por conflitos, mas também por movimentos migratórios internos em larga escala devido a desastres naturais e fluxos migratórios externos.

O país -- diz a organização -- tem uma migração complexa, sendo ao mesmo tempo país de origem, de trânsito e de destino de migrantes. Com origem no Corno de África, 10.000 imigrantes entram no Iémen todos os meses.

As Nações Unidas e os Governos da Suíça e da Suécia organizam hoje um encontro de alto nível em Genebra sobre a crise humanitária no Iémen e que tem a participação da Laura Thompson, diretora-geral adjunta da OIM, agência das Nações Unidas para as migrações.

Os participantes procuram evitar uma catástrofe humanitária e angariar 2,1 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros), necessários para fornecer assistência alimentar urgente e apoiar a população em termos de nutrição e saúde.

A OIM diz necessitar de 76,3 milhões de dólares (70 milhões de euros) para financiar a assistência e proteção aos migrantes.

A OIM opera em 20 das 22 províncias do Iémen com mais de 600 funcionários.

DN MUNDO


www.migueli migrante.blogspot.com

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