sexta-feira, 28 de abril de 2017

Em carta, mais de 100 entidades pedem a Temer sanção da Lei de Migração


Em carta enviada nesta quinta-feira (27) ao presidente Michel Temer, 109 entidades da sociedade civil pediram a sanção da íntegra da nova Lei de Migração. A matéria é de autoria do senador licenciado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), atual ministro das Relações Exteriores.
Na última semana, o projeto foi aprovado no Senado Federal. A proposta revoga o Estatuto do Estrangeiro, que entrou ainda durante o regime militar em 1980, e se pauta pelo princípio da igualdade e não discriminação.
“A nova Lei estabelece, ainda, institutos importantes, como a acolhida humanitária e procedimentos efetivos para a regularização migratória, tratando-se de uma legislação que coloca o Brasil na vanguarda do tratamento desta questão no mundo”, diz o texto.
Confira a íntegra da carta abaixo.
MOÇÃO PELA SANÇÃO INTEGRAL DA NOVA LEI DE MIGRAÇÃO
 
As entidades da sociedade civil e demais órgãos que firmam o presente documento, vem manifestar a Vossa Excelência, total apoio e o pedido de sanção do Projeto de Lei do Senado – PLS no 288, de 2013 (no 2.516/13 na Câmara dos Deputados), que institui a Lei de Migração.
 
Além de revogar o superado e defasado Estatuto do Estrangeiro (Lei no 6815/1980), legado pela ditadura militar, a Lei de Migração contempla valiosa adequação à Constituição Federal de 1988, orientando-se pelo princípio da igualdade e não discriminação, caráter essencial para a salvaguarda dos direitos humanos, patamar básico para o respeito à dignidade de toda a pessoa humana. A nova Lei de Migração sintoniza o sistema brasileiro com conceitos de sociedade acolhedora, justa e solidária.
 
Além de melhor corresponder à história de formação do povo brasileiro, a nova Lei moderniza o sistema de recepção e registro das pessoas migrantes, implementa o cumprimento de obrigações internacionais do Brasil, contemplando pela primeira vez na legislação do País o tema da Apatridia, trata disposições da maior importância e sensibilidade em relação a crianças desacompanhadas e prevê disposições voltadas à proteção dos direitos dos brasileiros que vivem exterior. Estabelece, ainda, institutos importantes, como a acolhida humanitária e procedimentos efetivos para a regularização migratória, tratando-se de uma legislação que coloca o Brasil na vanguarda do tratamento desta questão no mundo.
 
Importante destacar, Senhor Presidente, que o texto que ora chega a Vossa Excelência é resultado de um processo marcado por debate aberto, intenso e participativo desenvolvido nas duas casas do Congresso Nacional, com a participação das inúmeras representações da sociedade civil, de órgãos de governo, de instituições e agremiações diversas e da participação de partidos das diferentes visões políticas. Neste percurso, permita-nos sublinhar, o projeto de lei considerou diversas consultas públicas e ampla participação envolvendo todos os setores da sociedade e do poder público que guardam pertinência com a matéria.
 
Várias instâncias do Governo Federal (com destaque para a Polícia Federal e para os Ministérios da Justiça, Trabalho e Emprego e das Relações Exteriores) dialogaram, nas diversas fases do processo legislativo, tanto com parlamentares quanto com representantes de Estados e Municípios, de organizações da sociedade civil, acadêmicos, associações de migrantes, comunidades de brasileiros no exterior e com representantes do setor privado. Não há dúvida, portanto, de que, o projeto da nova Lei de Migração resultou de um processo significativamente democrático que o faz merecedor de aprovação em sua totalidade, sem retrocessos, para, a seguir, avançar para a regulamentação.
 
Muito convictos e confiantes, os signatários expressam a Vossa Excelência que o encaminhamento esperado por todos os atores que participaram do desenvolvimento do PLS 288, de 2013 corresponde à sua pronta sanção sem que haja descaracterização do texto nos seus vários dispositivos que tornam a nova Lei um avanço na mudança ao paradigma dos direitos humanos, selando, assim, um novo marco na causa das migrações em nosso País.
 
Atenciosamente,
 
1. ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
 
2. Agenda Pública
 
3. AILAC – Associação para a Integração dos Latinos Americanos em Curitiba
 
4. APP Cívico
 
5. ASBRAD – Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude
 
6. Associação Cultural Cachola de Denuncia – Santa Catarina
 
7. Bibliaspa – Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes-África
 
8. CAMI – Centro de Apoio e Pastoral do Migrante
 
9. Cáritas Arquidiocesana de São Paulo
 
10. Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro
 
11. Cáritas Brasileira
 
12. Cáritas Brasileira Regional Paraná
 
13. Cátedra Sérgio Vieira de Melo/UFRR
 
14. CCB – Conferência dos Capuchinos do Brasil
 
15. CDHIC – Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante
 
16. CEAMIG – Centro de Atendimento ao Migrante de Curitiba
 
17. CEM – Centro de Estudos Migratórios
 
18. CEMI – Centro de Migrações Internacionais / IFCH, Unicamp
 
19. Centro Bournier Fé e Justiça
 
20. Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennes
 
21. Centro de Pastoral para Migrantes (Cuiabá/MT)
 
22. Centro Zanmi – Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados
 
23. CERMA – Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná
 
24. CFFB – Conferencia da Família Franciscana do Brasil
 
25. CIBAI – Associação Scalabrini ao Serviço dos Migrantes
 
26. CIMI – Conselho Indigenista Missionário
 
27. CMDH – Centro de Migrações e Direitos Humanos
 
28. CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil
 
29. CODHES – Consultoría para los Derechos Humanos y el Desplazamiebto Forzado
 
30. Coletivo Bambuo – Brasília
 
31. Coletivo Rede Migração Rio
 
32. Coletivo Yana Willqa
 
33. Comissão Pastoral da Terra/ MT
 
34. Comissão Pastoral da Terra/RR
 
35. Comitê Migrações e Deslocamentos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
 
36. Conectas Direitos Humanos
 
37. Conferência dos Religiosos de Roraima
 
38. Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP/PR)
 
39. Coordinadora de Abogados del Paraguay
 
40. CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional DF, Formosa/GO, Luziânia/GO
 
41. Departamento de Ciências da Religião da PUC/SP
 
42. Departamento de Sociologia da PUC/SP
 
43. Diocese de Roraima
 
44. Equipe de Base Warmis – Convergência das Culturas
 
45. ESF – Espaçio Sin Fronteras
 
46. FACC – Faculdade de Administração de Ciências Contábeis da UFMT
 
47. Faculdade de Ciências Sociais – PUC-SP
 
48. FEC – Fundación Ecumenica de Cuyo
 
49. Fórum de Direitos Humanos e da Terra
 
50. Fundación Avina
 
51. GEIFRON – Grupo de Estudos Interdisciplinares sobre Fronteiras da UFRR
 
52. GEMA – Grupo de Estudos Migratórios na Amazônia, UFAM
 
53. GEPOP – Grupo de Estudos em Espaço e População (Departamento de Geografia da UFRJ)
 
54. Grupo de Estudos de Antropologia Crítica da Unipampa
 
55. Grupo de Estudos em Tecnologia e Inovações na Gestão Pública – EACH/USP
 
56. Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Direitos e Democracia – Unisinos
 
57. CAEBE – Centro de Apoio ao Estrangeiro no Brasil e Exterior
 
58. Grupo de Trabalho Migrações Internacionais da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais)
 
59. Haiti Aqui
 
60. IMDH – Instituto Migrações e Direitos Humanos
 
61. Instituto Ethos
 
62. Instituto Igarapé
 
63. Instituto Planeta América Latina
 
64. International Centre for Migration Policy Development
 
65. JUFRA – Juventude Franciscana
 
66. LEM – Laboratório de Estudos Migratórios da UFSCar
 
67. Migracult – Grupo de estudos de Migração, Comunicação e Cultura
 
68. Universidade Católica de Brasília
 
69. Missão Paz
 
70. Missão Scalabriniana
 
71. Missionárias Seculares Scalabrinianas
 
72. Missionários de Consolata
 
73. Mujeres Sin Fronteras
 
74. NACI – Núcleo de Antropologia e Cidadania (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRGS)
 
75. Movimento Puraké
 
76. NIEM – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios
 
77. Observatório das Migrações em São
 
Paulo (Núcleo de Estudos de População Elza Berquó, UNICAMP)
 
78. OIPP – Observatório Interdisciplinar de Politicas Públicas da USP
 
79. OIT – Escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil
 
80. Open Knowledge Brasil
 
81. OSAMB – Organização de suporte das Atividades dos Migrantes no Brasil
 
82. PAL – Presença da América Latina
 
83. Pastorais Sociais da Diocese de Roraima
 
84. Pastoral da Criança
 
85. Pastoral da Mobilidade Humana da Diocese de Corumbá/MS
 
86. Pastoral de Migraciones de Neuquen
 
87. Pastoral do Migrante – Arquidiocese de Curitiba
 
88. Pastoral do Migrante da arquidiocese de Manaus
 
89. Pastoral do Migrante da Arquidiocese do Rio de Janeiro
 
90. Pastoral SOS Migrantes – Regional Sul 2/Paraná
 
91. Pastoral Universitária
 
92. PROANDES – Programa Andino para la Dignidad Humana
 
93. Projeto “O planeta é um só”
 
94. Projeto Migração da Faculdade de Direito da USP
 
95. Recanto Franciscano Paz e Bem Em Curitiba
 
96. Rede Scalabriniana de Comunicação
 
97. Rede Um Grito Pela Vida – RR
 
98. Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores
 
99. Repórter Brasil
 
100. Revista Travessia
 
101. SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
 
102. Secretaria do Grito dos Excluídos
 
103. SEFRAS – Serviço Franciscano de Solidariedade
 
104. SESDUF/RR – Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima
 
105. SIGNIS Brasil – Associação Católica de Comunicação
 
106. SIMN – Scalabrini Internacional Migration Network
 
107. Sindicato dos Psicólogos do Paraná
 
108. SINTEP – Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público
 
109. SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes


Aloysio Nunes.com


www.miguelimigrante.blogspot.com

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