A especialista em Saúde
Pública e autora do comunicado, Silvia Mancini, avançou que, 60% dos 387
entrevistados apresentavam distúrbios mentais durante as atividades de apoio
psicológico. Por outro lado, das 199 pessoas que foram seguidas durante a sua
estadia nos centros de acolhimento italianos, cerca de 87% afirmaram, que,
desde que ali estavam, “a sua estadia tinha piorado substancialmente”.
Silvia Mancini defendeu
ainda que a instabilidade em causa pode provocar uma intensa ansiedade nos
imigrantes e “gerar outras condições de stress”, lamentando que “o sistema de
asilo está sobrecarregado e o processo torna-se extremamente longo e complicado
em Itália. Isto significa que homens, mulheres e crianças ficam retidos em
centros de acolhimento de emergência durante longos períodos de tempo”.
Para obtenção destes
dados foi utilizada informação recolhida entre julho de 2015 e fevereiro de
2016 a partir de diferentes centros de acolhimento de emergência situados em
Roma, Trápani e Milão. Noutros centros, como por exemplo na província de
Ragusa, na Sicília, dos 199 pacientes atendidos diretamente pelas equipas dos
MSF, 42% apresentava distúrbios mentais associados ao stress pós-traumático e
27% tinham ansiedade.
O estudo apontou as
condições de vida nos centros de acolhimento de emergência como uma das causas
que levou a esta situação. Os espaços para acolher imigrantes, criados em 2014,
foram pensados para fazer face à grande crise migratória, não estando, por esse
motivo, preparados para uma estadia a longo prazo.
Contudo, apesar de terem
passado dois anos, ainda não há solução. “Todos aqueles que chegam não têm
outra opção, se não a de permanecer durante meses em centros que não reúnem as
condições adequadas para a sua estadia”, informaram os Médicos Sem Fronteiras.
Jornal Medicos
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