Ignorando protestos da extrema direita contra sua postura pró-imigrantes, o papa Francisco visitou neste domingo (1º) a cidade de Bolonha, no norte da Itália, se encontrou com refugiados e até ganhou uma pulseira similar àquelas que são dadas a quem entra no país em busca de proteção.
Assim que chegou à capital da Emília-Romana, logo após uma breve passagem pela vizinha Cesena, o líder da Igreja Católica se dirigiu a um centro de acolhimento para solicitantes de refúgio e migrantes forçados, que já era dominado por um clima de festa desde as primeiras horas da manhã.
Em meio a cartazes com frases como "Bem-vindo, papa Francisco" e "Já vi guerra o suficiente", o líder da Igreja Católica entrou na estrutura por volta de 10h30 e parou para conversar e fazer "selfies" com as pessoas que vivem no abrigo e operadores humanitários. Ao todo, o local aloja cerca de 500 indivíduos.
Um imigrante senegalês, hoje funcionário do centro de acolhimento, entregou ao Papa um "bracelete de refugiado", espécie de pulseira que mostra o nome da pessoa e um número de protocolo e marca o início da tramitação do pedido de refúgio na Itália. Em seguida, Francisco discursou em um palco montado para ele.
"É necessário que mais países adotem programas de apoio privado e comunitário ao acolhimento e abram corredores humanitários para refugiados em situação mais difícil, para evitar esperas insuportáveis e tempo perdido que possam iludir", declarou. Segundo o Pontífice, o fenômeno das migrações exige "visão, determinação e inteligência" contra a "exploração" dos mais pobres.
"Muitos não conhecem vocês e têm medo, se sentindo no direito de julgar e de fazê-lo com dureza e frieza, acreditando enxergar bem. Mas não é assim. Só é possível enxergar bem com proximidade", acrescentou, antes de pedir um minuto de silêncio em memória das pessoas que morrem no deserto ou no mar tentando chegar à Itália.
Na madrugada do último sábado (30), membros do movimento de extrema direita CasaPound haviam pendurado uma faixa contra a visita do Papa a Bolonha por causa de seus pronunciamentos em defesa do acolhimento a refugiados e do "jus soli" (direito de solo), ou seja, a concessão de cidadania para filhos de estrangeiros que nascem no país.
Na capital da Emília-Romana, Francisco também almoçou com pobres na Basílica de San Petronio, se encontrou com sacerdotes locais na Catedral de San Pietro, fez uma reunião com o mundo acadêmico em uma praça e celebrou uma missa para 40 mil pessoas no estádio Renato Dall'Ara.
Agencia Ansa
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