Facilitar
a migração melhoraria a economia da Associação de Nações do Sudeste Asiático
(ASEAN) e a proteção dos trabalhadores migrantes na região, defendeu hoje o
Banco Mundial num relatório intitulado "Migrando rumo à
oportunidade".
"Em geral, os procedimentos
de migração na ASEAN permanecem restritivos", indicou em comunicado o
Banco Mundial, elencando como barreiras os "processos de recrutamento
longos e dispendiosos" e as "restritivas quotas no número de
trabalhadores estrangeiros permitidos" em cada país.
Além disso, segundo a
instituição mundial, as "rígidas políticas de emprego" restringem as
opções e a proteção social dos trabalhadores imigrantes.
No relatório, o Banco
Mundial refere, por exemplo, que o aumento de 10% dos trabalhadores de baixa
qualificação elevaria o Produto Interno Bruto (PIB) da Malásia em 1,1%.
A economia da Tailândia,
por seu turno, cairia 0,75% sem imigrantes no seu mercado laboral.
A maioria dos mais de
6,5 milhões de trabalhadores migrantes na ASEAN, na sua maioria pouco
qualificados e, por vezes, indocumentados, trabalha no setor da construção, nas
plantações ou como empregados domésticos.
No mesmo documento, o
Banco Mundial reconhece os passos dados pela Comunidade Económica da ASEAN para
facilitar a mobilidade, mas observa que a regulação se cinge a profissionais
qualificados -- incluindo médicos ou engenheiros --, que apenas representam 5%
do mercado de trabalho do bloco regional.
"Com a escolha
adequada de políticas, os países de origem podem aumentar os seus benefícios
económicos enquanto protegem os direitos dos seus cidadãos que decidem emigrar
para trabalhar", afirmou Sudhir Shetty, economista-chefe para a Ásia
Oriental e Pacífico do Banco Mundial.
Sudhir Shetty sustenta,
por outro lado, que os países de acolhimento podem ocupar os postos de trabalho
vagos e elevar o seu PIB com políticas adequadas.
"Políticas
desadequadas e instituições ineficazes significam que a região está a perder
oportunidades com a imigração", apontou.
O relatório propõe,
entre outras medidas, a simplificação do processo de emigração em países como
Laos, Camboja ou Birmânia, assim como a regulação dos trabalhadores imigrantes
irregulares na Tailândia.
Malásia, Singapura e
Tailândia contam com 6,5 milhões de trabalhadores imigrantes, o equivalente a
96% da ASEAN, de acordo com o Banco Mundial.
Em 2015, os imigrantes
da região enviaram remessas para os seus países de origem avaliadas em 62.000
milhões de dólares (52,6 milhões de euros).
Olhando em termos de
países, as remessas representaram 10% do PIB das Filipinas, 7% do do Vietname,
5% do da Birmânia e 3% do do Camboja.
DN LUSA
www.miguelimigrante.blogspot.com
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