Defensores de direitos humanos estão sendo atacados na área; há um mês, um pastor batista que distribuía comida e abrigo para migrantes foi levado por criminosos envolvidos com tráfico de seres humanos.
A relatora especial* sobre a situação de defensores de direitos humanos afirmou que está preocupada com alguns casos na fronteira do México e Estados Unidos.
Segundo Mary Lawlor, voluntários que trabalham na área estão sob risco de violência.
Rede de refúgio sem fins lucrativos
A relatora contou o caso de um pastor da Igreja Batista que, há mais de cinco anos, distribui, de forma voluntária, alimentos e abrigo a migrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México.
Por fazer esse trabalho, Lorenzo Ortiz foi ameaçado e intimidado por criminosos no passado, mas o risco agora teria aumentado de forma drástica.
Em 2 de junho, o pastor Ortiz foi sequestrado por um cartel de traficantes de seres humanos juntamente a outras 10 pessoas que ele acolhia.
Ele dirige uma rede de refúgio, sem fins lucrativos, em ambos os lados da fronteira. Com isso, apoia as pessoas que saem do México a caminho dos Estados Unidos e que não têm recursos.
Livre de resgate, mas não de ameaças
Os bandidos acusam o pastor de reduzir os “lucros” da rede criminosa e negam o auxílio gratuito.
Para libertar o pastor, os criminosos pediram US$ 40 mil.
Segundo Lawlor, graças à mobilização rápida e eficiente das autoridades mexicanas, da sociedade civil e comunidades locais, os criminosos liberaram o religioso sem pagamento de resgate.
Mas a situação no terreno não mudou. O pastor continua sob a mira dos sequestradores, que aparecem no abrigo liderado por ele fazendo ameaças.
Para a relatora de direitos humanos, é preocupante o risco extraordinário que defensores de direitos humanos têm que correr apenas por apoiar seres humanos que precisam.
Mary Lawlor pediu ao governo do México que faça mais para enfrentar a influência dos cartéis em comunidades próximas à fronteira com os Estados Unidos.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.
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