UNICEF/BRZ/Josiele Oliveira
O UNICEF, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista, o Subcomitê Federal de Acolhimento e Interiorização, a Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), promove, a partir desta segunda-feira, ações integradas para fortalecer a cobertura vacinal entre a população refugiada e migrante na capital de Roraima, em particular crianças e adolescentes. A ação, que ocorre até 12 de setembro em oito abrigos da Operação Acolhida, em Boa Vista, vai reforçar o trabalho realizado pelo município. A campanha de multivacinação coordenada pela Secretaria de Saúde envolve um calendário com 14 imunizantes de rotina, como vacinas contra sarampo, rubéola e difteria.
“A queda na cobertura vacinal já é uma realidade no Brasil, e também no estado de Roraima. Esse declínio coloca milhões de crianças, adolescentes e suas famílias em risco. Para protegê-los de doenças perigosas e evitáveis, é essencial garantir que tenham acesso à vacinação de rotina”, afirma Ana Spiassi, consultora de Saúde e Nutrição do UNICEF em Roraima.
Dados recentes do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a pandemia de covid-19 alimenta o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas.
“A vacinação é uma das formas mais efetivas e eficazes para dar acesso à saúde aos refugiados e migrantes que chegam ao Brasil. Por isso, o trabalho pela vacinação deve ocorrer logo na entrada dessas pessoas no País, como já é feito, assim como um trabalho ativo para garantir uma cobertura vacinal também nos abrigos, beneficiando a saúde de toda a sociedade”, afirma o coronel Alexandre Henrique Monteiro Ramos, à frente da Coordenação de Saúde da Acolhida.
Entre os profissionais envolvidos na campanha, estão enfermeiros e monitores de saúde e nutrição que atuam nos abrigos mobilizando a comunidade e na organização de filas durante a vacinação. A Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida coordena toda a ação de logística relacionada à ação, estando responsável na Coordenação Municipal de Imunizações pelo armazenamento, o transporte e a distribuição dos imunizantes.
“Quando uma comunidade se vacina, todos ficam protegidos contra a volta de doenças que não queremos que ameacem novamente as famílias do município. Nossa campanha faz todos os esforços para chegar aos públicos mais vulneráveis e com dificuldades de se vacinar, incluindo, entre outros, a população refugiada e migrante”, afirma Cláudio Galvão, secretário de Saúde de Boa Vista.
Além dos abrigos, está em curso mais uma rodada de vacinação em 16 ocupações espontâneas de refugiados e migrantes da Venezuela em Boa Vista, envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde, o UNICEF, a Agência da ONU para Migrações (OIM) e a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (Fupad). A ação promove uma segunda rodada de aplicações das vacinas contra o coronavírus, a febre amarela e a influenza, e tríplice viral.
O trabalho de imunização do UNICEF recebe o financiamento do programa Acelerador de Acesso a Tecnologias da Covid-19 sobre vacinas, tratamentos e diagnósticos (Access to COVID-19 Tools Accelerator) e do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês).
UNICEF e o apoio na cobertura vacinal
Desde 2019, o UNICEF disponibiliza equipes de saúde e nutrição em Boa Vista, atuando de forma fixa ou móvel para atender a população nos abrigos da Operação Acolhida e em ocupações espontâneas da cidade. O objetivo é garantir, entre outras atividades, a rápida identificação e encaminhamento de casos suspeitos de covid-19 e o monitoramento da cobertura vacinal entre a população migrante e refugiada da Venezuela. Em 2021, foram realizadas 20.564 entrevistas com 3.102 encaminhamentos para avaliação médica como estratégia para garantir o controle rápido de surtos de covid-19 em abrigos.
O Fundo também apoia cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Boa Vista, com 15 profissionais que atuam para garantir o atendimento à comunidade brasileira e venezuelana.
unicef.org
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