Quatro temporadas consecutivas de chuvas fracas deixaram milhões de pessoas à mercê da fome no Quênia, Somália e Etiópia. (Foto de Simon MAINA/AFP) (AFP or licensors)
O índice de
desnutrição na Etiópia está aumentando de forma alarmante devido à seca. Em
quatro regiões etíopes, estima-se que cerca de 600 mil crianças precisarão de
tratamento para a desnutrição aguda até o final do ano. Na região da Somália,
em um ano, houve um aumento de quase 45% de hospitalizações de menores de 5
anos, devido à sua grave desnutrição.
As regiões de
Afar, Oromia, Nações, Nacionalidades e Povos do Sul (SNNPR) e Somalis, na
Etiópia, estão passando por uma grave seca devido à falta de chuvas por quatro
temporadas consecutivas. Os poços de água secaram e milhares de cabeças de gado
morreram, provocando um deslocamento em massa.
Manuel
Fontaine, diretor das Operações de Emergência do UNICEF (Fundo das Nações
Unidas para a Infância), declarou que "o impacto da seca sobre as crianças
é devastador. Somente na região da Somália, quase um milhão de pessoas
emigraram. A seca não se refere apenas à falta de água: crianças morrem de fome
e de sede todos os dias e são obrigadas a percorrer quilômetros a pé em busca
de comida e água; muitas vezes, para matar sua sede, até bebem água de fontes
contaminadas, o que causa desnutrição e outras doenças mortais evitáveis, como
a diarreia”.
O índice de
desnutrição na Etiópia está aumentando de forma alarmante devido à seca. Em
quatro regiões etíopes, estima-se que cerca de 600 mil crianças precisarão de
tratamento para a desnutrição aguda até o final do ano. Na região da Somália,
em um ano, houve um aumento de quase 45% de hospitalizações de menores de 5 anos,
devido à sua grave desnutrição.
“Esta crise
causada pelo clima – afirmou ainda Manuel Fontaine – provoca uma profunda
desnutrição nas crianças, não apenas na Etiópia, mas em toda a África. No
entanto, o UNICEF e seus parceiros continuam a atuar nestas regiões, dando
apoio nutricional para salvar milhares de crianças, gravemente desnutridas.
Somos muito gratos pela recente contribuição de 200 milhões de dólares que
USAID (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional) ofereceu ao
UNICEF. Este financiamento, que, em geral, representa um avanço muito oportuno,
contribui, sobremaneira, para aumentar nossa ajuda nutricional no mundo
inteiro".
O efeito
cascata da guerra na Ucrânia leva milhares de famílias africanas ao limite da
exacerbação, piora a insegurança alimentar, aumenta os preços dos combustíveis
e reduz as importações de trigo. A Etiópia importa 67% do trigo da Rússia e
Ucrânia.
“Isso
significa – conclui Manuel Fontaine - que os preços de óleo de cozinha, pão e
farinha de trigo estão atingindo preços recordes nos mercados; também as
famílias, que não vivem em situação de crise humanitária, não conseguem mais
suprir suas necessidades alimentares diárias”.
Por isso, o
UNICEF faz seu premente apelo para enfrentar a seca nas áreas atingidas na Etiópia:
são necessários 65 milhões de dólares; a questão humanitária em geral precisa
de 351 milhões. Estes financiamentos específicos servirão para assistir mais de
2 milhões de pessoas vulneráveis na Etiópia.
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