Um grupo de relatores de direitos humanos afirma que a violência xenofóbica e a discriminação aumentaram na África do Sul.
Os especialistas citam que a operação dudula, que começou como uma campanha de redes sociais, se converteu num centro de mobilização de protestos violentos.
Assassinatos de estrangeiros
Outros motivos de preocupação são violência de grupos de vigilantes, incêndios criminosos contra casas e negócios de migrantes, além de assassinatos de estrangeiros.
Os relatores alertaram que a mobilização xenofóbica é mais profunda e ampla e se tornou uma estratégia central para vários partidos políticos no país.
A narrativa contra migrantes de integrantes sêniores do governo está levando a violência. E outros agentes falham em conter esses abusos e levar os culpados à justiça.
Os relatores disseram que a situação preocupa.
Bodes expiatórios, intimidação de grupos
O governo sul-africano tem que tomar medidas urgentes para conter a figura de migrantes e refugiados como bodes expiatórios, a violência e intimidação desses grupos. Se isso não ocorrer, o país estará à beira de uma xenofobia explosiva. A xenofobia existe especialmente contra migrantes e refugiados de países de renda baixa na África e no sudeste da Ásia. E tem ocorrido há anos na política sul-africana.
Em 2008, mais de 60 pessoas foram mortas e cerca de 100 mil foram obrigadas a sair de suas casas. Em alguns casos, cidadãos sul-africanos são acusados de “serem muito pretos para serem sul-africanos”.
Pai de quatro filhos espancado até à morte e carbonizado
Em abril, um homem do Zimbábue, de 43 anos, e pai de quatro filhos, foi assassinado por um grupo que ia de porta em porta exigindo ver o visto das pessoas.
Os criminosos tiraram o homem de um lugar onde ele buscava asilo, o espancaram até a morte e atearam fogo ao corpo dele.
Os relatores da ONU dizem que a discriminação contra estrangeiros na África do Sul está institucionalizada tanto na política do governo como no resto da sociedade sul-africana.
Para os especialistas, a África do Sul não está cumprindo suas obrigações de proteger os direitos humanos à medida que evita a discriminação racial e a xenofobia.
Eles pediram aos atores públicos e privados para honrar os compromissos com a justiça social e os direitos humanos.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho
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