(Arquivo) Migrantes haitianos e centro-americanos formam fila em banco em Tapachula, no México, para retirar as remessas enviadas por seus parentes no exterior - AFP
As remessas para a América Latina e o Caribe cresceram 24%
em 2021, ainda no meio da pandemia, impulsionadas majoritariamente pela
recuperação econômica nos Estados Unidos, origem da maior parte dos fluxos,
segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (30).
O total de dinheiro enviado para casa por parte dos
migrantes latino-americanos e caribenhos superou os 135 bilhões de dólares em
2021, segundo o relatório do Diálogo Interamericano, um centro de análise com
sede em Washington.
Isso representa mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de
toda a região, e chega a superar 20% em muitos dos países menores.
Os autores do estudo, Manuel Orozco e Matthew Martin,
indicam que há uma “ampla gama de fatores” associados a este aumento
“excepcionalmente forte” do fluxo de remessas para a América Latina e o Caribe,
que, em 2020, já tinham crescido 9% em comparação com 2019.
Entre esses fatores, os especialistas apontam o aumento da
migração procedente da região, o crescimento da duração média de estada dos
migrantes nos Estados Unidos (de 16 a 20 anos), e também a resposta dos
migrantes aos desastres naturais em seus países de origem.
Apesar de 75% das remessas terem como origem os Estados
Unidos, o relatório indica um crescimento “significativo” no mercado de
transferências intrarregionais, em sintonia com a continuidade da migração para
países como Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e,
inclusive, o México.
Em 2021, houve uma expansão “significativa” do mercado de
remessas intrarregionais, com mais transferências e mais dinheiro enviado, diz
o estudo, que destaca, em particular, o envio de dinheiro ao Haiti por seus
cidadãos que vivem no Chile, que cresceu mais de 50%.
O estudo, intitulado “Remessas familiares em 2021: o
crescimento de dois dígitos é o novo normal?”, também destaca mudanças nas
formas de envio das remessas dos Estados Unidos para a América Latina e o
Caribe.
Por um lado, o percentual de indivíduos que enviam dinheiro
em espécie caiu para 75% em 2021. Em 2016, essa forma correspondia a 90%. Por
outro lado, cresceu o uso de transferências digitais, com mais de 10 milhões de
transações por mês.
O México é o país da América Latina e do Caribe que mais
recebeu remessas em 2021 (cerca de 51,5 bilhões de dólares), seguido por
Guatemala (por volta de 15,3 bilhões de dólares) e República Dominicana
(aproximadamente 10,4 bilhões de dólares).
Contudo, o maior aumento de remessas em 2021 em comparação
com 2020 foi em Guatemala (+35%), Honduras (+32%) e Equador (31%), diz o
estudo, que cita dados dos bancos centrais dos países.
istoedinheiro
www.miguelimigrante.blogspot.com
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