quarta-feira, 30 de março de 2022

Número de migrantes e refugiados que atravessam perigosa região da América Latina quase triplica, diz Acnur

 

Migrantes haitianos atravessam a selva de Darien Gap a caminho dos EUA. Eles começaram a pé a perigosa caminhada de pelo menos cinco dias até o Panamá Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP

O número de pessoas que atravessaram entre janeiro e fevereiro o Tampão de Darién, uma das regiões mais perigosas e intransitáveis da América Latina, quase triplicou em comparação ao mesmo período do ano passado, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta terça-feira.

O Tampão de Darién, um trecho de selva montanhosa de 160 km de comprimento e 50 km de largura entre a Colômbia e o Panamá, é uma das principais rotas tomadas por migrantes e refugiados que tentam seguir para os Estados Unidos, ao Norte.

Segundo estatísticas das autoridades panamenhas, o número de venezuelanos que cruzaram a região nos primeiros dois meses de 2022, aproximadamente 2.500, quase atingiu o total de 2021, de 2.819 venezuelanos.

O total daqueles realizando a travessia passou de 2.928 nos dois primeiros meses de 2021 para 8.456 no mesmo período de 2022, incluindo 1.367 meninas, meninos e adolescentes, disse o Acnur.

“Muitos dos que fazem a travessia – geralmente jovens adultos e famílias – chegam a comunidades indígenas remotas famintos, desidratados, exaustos e precisando de atendimento médico”, disse o Acnur em comunicado. Acrescentou que os migrantes acabam enfrentando os perigos naturais, bem como os grupos criminosos conhecidos por atos de violência, incluindo abuso sexual e roubo.

Refugiados e migrantes de várias nacionalidades cruzam o tampão de Darién, mas 2021 marcou números recordes.

Cerca de 133 mil pessoas fizeram a viagem em 2021 – a grande maioria do Haiti –, incluindo seus filhos nascidos no Chile e no Brasil, seguidos por cubanos, venezuelanos e de fora da América Latina, em lugares como Angola, Bangladesh, Gana, Uzbequistão e Senegal. A maioria estava em movimento devido aos impactos socioeconômicos da pandemia da Covid-19.

Somente em 2021, pelo menos 51 pessoas que entraram na região foram dadas como desaparecidas ou mortas, disse o Acnur. Acrescentou que, embora muitos dos venezuelanos que estão cruzando tenham vivido anteriormente em outros países anfitriões na América do Sul, um número crescente está saindo diretamente da Venezuela.

O Globo

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