Migrantes haitianos atravessam a selva de Darien Gap a caminho dos EUA. Eles começaram a pé a perigosa caminhada de pelo menos cinco dias até o Panamá Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP
O número de pessoas que atravessaram entre janeiro e
fevereiro o Tampão de Darién, uma das regiões mais perigosas e intransitáveis
da América Latina, quase triplicou em comparação ao mesmo período do ano
passado, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur)
nesta terça-feira.
O Tampão de Darién, um trecho de selva montanhosa de 160 km
de comprimento e 50 km de largura entre a Colômbia e o Panamá, é uma das
principais rotas tomadas por migrantes e refugiados que tentam seguir para os Estados
Unidos, ao Norte.
Segundo estatísticas das autoridades panamenhas, o número de
venezuelanos que cruzaram a região nos primeiros dois meses de 2022,
aproximadamente 2.500, quase atingiu o total de 2021, de 2.819 venezuelanos.
O total daqueles realizando a travessia passou de 2.928 nos
dois primeiros meses de 2021 para 8.456 no mesmo período de 2022, incluindo
1.367 meninas, meninos e adolescentes, disse o Acnur.
“Muitos dos que fazem a travessia – geralmente jovens
adultos e famílias – chegam a comunidades indígenas remotas famintos,
desidratados, exaustos e precisando de atendimento médico”, disse o Acnur em
comunicado. Acrescentou que os migrantes acabam enfrentando os perigos
naturais, bem como os grupos criminosos conhecidos por atos de violência, incluindo
abuso sexual e roubo.
Refugiados e migrantes de várias nacionalidades cruzam o
tampão de Darién, mas 2021 marcou números recordes.
Cerca de 133 mil pessoas fizeram a viagem em 2021 – a grande
maioria do Haiti –, incluindo seus filhos nascidos no Chile e no Brasil,
seguidos por cubanos, venezuelanos e de fora da América Latina, em lugares como
Angola, Bangladesh, Gana, Uzbequistão e Senegal. A maioria estava em movimento
devido aos impactos socioeconômicos da pandemia da Covid-19.
Somente em 2021, pelo menos 51 pessoas que entraram na
região foram dadas como desaparecidas ou mortas, disse o Acnur. Acrescentou
que, embora muitos dos venezuelanos que estão cruzando tenham vivido
anteriormente em outros países anfitriões na América do Sul, um número
crescente está saindo diretamente da Venezuela.
O Globo
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