sábado, 19 de março de 2022

ONU aponta continuação do racismo como “um motor de desigualdade persistente”

 

Unsplash/Clay Banks

Marcha contra a discriminação racial na Carolina do Norte, EUA.

A  Assembleia Geral das Nações se reuniu às vésperas do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial para debater sobre o assunto.

Este ano, a data marcada em 21 de março tem como tema "Vozes para a Ação Contra o Racismo".

Direitos

Na reunião, o secretário-geral disse que o preconceito continua a envenenar instituições, estruturas sociais e a vida cotidiana em todas as sociedades.

Para António Guterres, a discriminação racial é “um motor de desigualdade persistente e a nega às pessoas seus direitos humanos fundamentais”.

Ele abordou a relação entre racismo e desigualdade de gênero, considerando “inconfundíveis”.

O chefe da ONU disse que os impactos têm piorado “nas sobreposições e interseções de discriminação sofridas por mulheres de cor e grupos minoritários”.

Combate ao racismo

Sobre o lema deste ano, o chefe da ONU convida o mundo a alçar a voz e agir de forma decisiva, diante da responsabilidade de um maior engajamento com movimentos por igualdade e direitos humanos em todos os lugares.

Um dos maiores efeitos do tipo de discriminação é destruir democracias e afetar governos. Por isso, António Guterres lançou um apelo a todos os países para que tomem medidas concretas de combate ao racismo em níveis nacional e global.

Ele enfatiza que nenhum país está imune à intolerância, nem está livre do ódio.

 

A mensagem ressalta africanos e afrodescendentes, pessoas de ascendência asiática, comunidades minoritárias, povos indígenas, migrantes, refugiados e vários outros que continuam enfrentando a estigmatização, usadas como bode expiatório ou sofrendo a discriminação e violência.

Discriminação

O pronunciamento destacou ainda que é preciso solidariedade com as pessoas fugindo de conflitos ou perseguições, por serem alvos de formas de discriminação como a baseada em raça, religião ou etnia.

Guterres pediu ainda um novo contrato social focado “em direitos e oportunidades para todos, para combater a pobreza e a exclusão, investir na educação e reconstruir a confiança e a coesão social”.

Ele chamou a atenção global sobre a importância da justiça restaurativa para compensar o legado de séculos de escravidão e colonialismo.

Outro apelo é que haja maior vontade política para acelerar a ação em favor da justiça e igualdade racial com tratados existentes.

Sociedade

Na sessão, o  presidente da Assembleia Geral disse que a discriminação racial é um estereótipo e preconceito óbvio gerado do discurso de ódio e da propaganda.

Abdulla Shahid questionou sobre se mundo não tinha aprendido nada “com o sofrimento desnecessário e a perda de tantas pessoas”.

Ele lembrou o sofrimento das crianças cujos pais morreram à custa do ódio e da violência, ou sentiram a dor e a injustiça de perder entes queridos por terem sido identificados pela cor.

Shahid indicou que o mundo atual pode e deve fazer melhor, lembrando a obrigação moral de combate ao racismo em todas as suas formas.

Onunews

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