A Assembleia Geral das Nações se reuniu às vésperas do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial para debater sobre o assunto.
Este ano, a data marcada em 21 de março tem como tema "Vozes para a Ação Contra o Racismo".
Direitos
Na reunião, o secretário-geral disse que o preconceito continua a envenenar instituições, estruturas sociais e a vida cotidiana em todas as sociedades.
Para António Guterres, a discriminação racial é “um motor de desigualdade persistente e a nega às pessoas seus direitos humanos fundamentais”.
Ele abordou a relação entre racismo e desigualdade de gênero, considerando “inconfundíveis”.
O chefe da ONU disse que os impactos têm piorado “nas sobreposições e interseções de discriminação sofridas por mulheres de cor e grupos minoritários”.
Combate ao racismo
Sobre o lema deste ano, o chefe da ONU convida o mundo a alçar a voz e agir de forma decisiva, diante da responsabilidade de um maior engajamento com movimentos por igualdade e direitos humanos em todos os lugares.
Um dos maiores efeitos do tipo de discriminação é destruir democracias e afetar governos. Por isso, António Guterres lançou um apelo a todos os países para que tomem medidas concretas de combate ao racismo em níveis nacional e global.
Ele enfatiza que nenhum país está imune à intolerância, nem está livre do ódio.
A mensagem ressalta africanos e afrodescendentes, pessoas de ascendência asiática, comunidades minoritárias, povos indígenas, migrantes, refugiados e vários outros que continuam enfrentando a estigmatização, usadas como bode expiatório ou sofrendo a discriminação e violência.
Discriminação
O pronunciamento destacou ainda que é preciso solidariedade com as pessoas fugindo de conflitos ou perseguições, por serem alvos de formas de discriminação como a baseada em raça, religião ou etnia.
Guterres pediu ainda um novo contrato social focado “em direitos e oportunidades para todos, para combater a pobreza e a exclusão, investir na educação e reconstruir a confiança e a coesão social”.
Ele chamou a atenção global sobre a importância da justiça restaurativa para compensar o legado de séculos de escravidão e colonialismo.
Outro apelo é que haja maior vontade política para acelerar a ação em favor da justiça e igualdade racial com tratados existentes.
Na sessão, o presidente da Assembleia Geral disse que a discriminação racial é um estereótipo e preconceito óbvio gerado do discurso de ódio e da propaganda.
Abdulla Shahid questionou sobre se mundo não tinha aprendido nada “com o sofrimento desnecessário e a perda de tantas pessoas”.
Ele lembrou o sofrimento das crianças cujos pais morreram à custa do ódio e da violência, ou sentiram a dor e a injustiça de perder entes queridos por terem sido identificados pela cor.
Shahid indicou que o mundo atual pode e deve fazer melhor, lembrando a obrigação moral de combate ao racismo em todas as suas formas.
Onunews
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário