O domingo, 30, foi marcado por protestos contra a migração ilegal no norte do Chile. Com gritos de “basta” e bandeiras chilenas, manifestantes fizeram uma passeata pelo centro da cidade de Iquique, por onde chega a maioria dos imigrantes que atravessam diariamente a fronteira com a Bolívia. “Recentemente, vimos como a nossa cidade mudou. Sempre estivemos com estrangeiros, com peruanos e bolivianos, mas isto ultrapassou todos os limites e está havendo uma delinquência terrível”, disse a manifestante Patricia Pizarro. O protesto acontece após quatro venezuelanos terem atacado um policial no município. A expectativa é que aconteça uma paralisação das atividades nesta segunda-feira, 31, com participação de caminhoneiros e do setor portuário.
Segundo Raúl Arancibia, procurador de Tarapacá, região à qual Iquique pertence, os homicídios aumentaram 183% em um ano e surgiram grupos criminosos “extremamente violentos”. “As pessoas estão cansadas da criminalidade e da chegada excessiva e descontrolada de migrantes, há assaltos por todo lado, não se pode viver assim”, disse a manifestante Carolina Campos. A crise migratória se agravou em outubro do ano passado, com a chegada de centenas de estrangeiros, o que obrigou o governo a construir albergues para controlar a situação. Ao menos duas pessoas morreram ao tentarem atravessar a fronteira neste ano e ao menos 23 desde que o fluxo migratório começou, em fevereiro de 2021. Atualmente, há 1,4 milhão de migrantes no Chile, o que representa mais de 7% da população. Os venezuelanos são os mais numerosos, seguidos pelos peruanos, haitianos e colombianos.
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