FMI/Lisa Marie David
As receitas enviadas por migrantes a países de origem, de
rendas média e baixa em 2020, superaram o total recebido em ajuda externa.
Foram US$ 540 bilhões no ano passado, numa tendência de alta
desde 2018.
Assistência
Um novo relatório da Organização Internacional para
Migrações, OIM, revela que os investimentos estrangeiros diretos no período
analisado chegaram a US$ 259 bilhões. Já a ajuda externa ao desenvolvimento
totalizou US$ 179 bilhões.
O estudo mostra que o número global de migrantes na força de
trabalho mais do que triplicou na última década para os atuais 170 milhões. Em
2010, eram 53 milhões.
Remessas diminuíram apenas em 1,6% durante um ano
A OIM considera o dinheiro ou os bens enviados por
trabalhadores migrantes a seus países de origem “um elo mais direto e
mensurável entre a migração e desenvolvimento”.
Crise
Com os efeitos da pandemia sobre os migrantes, as remessas
diminuíram apenas em 1,6%, contra quase 5% observados na crise financeira
global de 2009.
Em nações como El Salvador, Líbano, Quirguistão, Tajiquistão
e Tonga essas os envios excederam 25% do total do Produto Interno Bruto, PIB,
em 2020.
O relatório destaca o aumento da demanda por mão de obra
migrante. O exemplo são funções “essenciais” na pandemia, como a de médicos
estrangeiros que representam 33% desta classe de profissionais no Reino Unido.
A dependência por funcionários de saúde também acontece em
países de alta renda, incluindo Estados Unidos, Alemanha, França, Espanha e
Itália.
Força de trabalho
A OIM diz que os migrantes representam cerca de 5% da força
de trabalho global atual, em comparação com menos de 2% em 2010.
Fluxo de venezuelanos na América Latina também foi causa de grande mobilidade
Em nível regional, 32,2% deles estão na Europa, 22,1% na América do Norte e 14,3% em Estados Árabes.
A seguir vêm Ásia com 12,6%, África com 8,1% e Sudeste
Asiático e o Pacífico com 7,2%. Por último, a América Latina e Caribe com 3,5%
de trabalhadores migrantes.
Conflitos e refugiados
Cerca de 82,4 milhões de pessoas foram forçadas a se
deslocar, dentro dos países e além-fronteiras, por fatores como perseguição,
conflito, violência, abusos de direitos humanos ou eventos graves que
perturbaram a ordem pública. Trata-se de um aumento equivalente ao dobro em
relação a 2010.
A OIM indica que o aumento se deveu principalmente a
conflitos na Síria, no Sudão do Sul, na Ucrânia ou na África Subsaariana.
Os fluxos de refugiados rohingya para Bangladesh e de
venezuelanos na América Latina também estão no topo das causas da mobilidade.
Estima-se que as chegadas de novos refugiados e requerentes
de asilo tiveram uma baixa de 1,5 milhão comparado ao ano interior.
O dado indica que várias pessoas buscando proteção foram impedidas pelas medidas para conter a Covid-19
unric.org
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário