Mais de 70 mil refugiados nigerianos abrigados no país vizinho Camarões transformaram seu acampamento em uma floresta autossustentável. O projeto foi realizado com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Federação Luterana Mundial (FLM).
Os refugiados se estabeleceram na região árida de Minawao depois de fugirem da violência no país natal há cerca de sete anos. A região foi ficando ainda mais desértica quando as poucas árvores foram cortadas para servir de lenha e para o preparo de comida.
Ao longo dos anos, o campo de refugiados foi crescendo exponencialmente, tornando necessária uma mudança radical no uso dos seus recursos naturais.
Por isso, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Federação Luterana Mundial (FLM) se uniram e, em 2017, lançaram um programa para solucionar o desmatamento e promover políticas de energias renováveis.
Não demorou muito para a comunidade se envolver na restauração e proteção do meio ambiente local.
Luka Isaac, presidente dos refugiados nigerianos em Minawao, comemorou o sucesso. “As árvores cresceram, temos sombra e teremos árvores suficientes para tornar o nossos ambiente bonito e saudável. Antes, o ar estava muito empoeirado. Agora o ar que respiramos é muito bom”, disse.
O reflorestamento tem contribuído para o aumento na produção de alimentos. A Federação Luterana Mundial cultiva diversos vegetais e distribui milhares de mudas para a comunidade, como para pequenos produtores, escolas, mesquitas, igrejas e famílias.
Aqueles que recebem as mudas fazem um treinamento de técnica desenvolvida pela Land Life Company para maximizar a produtividade das plantações em meio ao ambiente hostil do deserto.
Por isso, nos últimos quatro anos, pelo menos 360 mil mudas foram cultivadas nas hortas de Minawao. Além disso, a taxa de sobrevivência das plantas chega a 90%, mesmo em meio ao clima árido.
Hoje, as árvores são grandes o suficiente para serem usadas como lenha sem a necessidade de serem derrubadas.
A floresta criada no acampamento conta com milhares de acácias, cajus e moringas. Devido ao ciclo de plantio e colheita de cinco anos, é possível garantir material para lenha, além de cipó para a construção de telhados e outros ambientes.
As árvores distribuem o vento, o que reduz a erosão do solo, e ainda fornecem sombra para que os voluntários trabalhem sem excesso de exposição ao sol.
Um porta-voz comentou sobre as vantagens trazidas pela floresta: “As árvores nos trazem muito. Primeiro, fornecem a sombra necessária para o cultivo de alimentos. Então, as folhas e galhos mortos podem ser transformados em fertilizantes para o cultivo. Finalmente, a floresta atrai e retém água: a chuva até aumentou”.
Por: Laura Patta
observatorio3setor.org.b
Fonte: Razões Para Acreditar
www.miguelimigrante.blogspot.com
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