quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Pedidos de asilos no México quase dobram em dois anos

 

Migrantes da América Central aguardam liberação de documentos de migração por autoridades mexicanas em Tapachula Foto: JACOB GARCIA / REUTERS/24-12-2021

O número de pedidos de asilos no México quase dobrou em 2021, em relação a 2019, segundo a Comissão Mexicana de Assistência aos Refugiados (Comar, na sigla em espanhol). Foram 131.448 pedidos no ano passado, ou 86,84% mais que há dois anos.

Os haitianos e os hondurenhos estão, de longe, entre as principais nacionalidades (dos que solicitaram refúgio —disse o chefe do Comar, Andrés Ramirez, acrescentando que os cubanos estão em terceiro lugar e sem divulgar números concretos.

Cerca de 72% das pessoas que solicitaram asilo em 2021 receberam uma resposta positiva, disse Ramirez. Outros 2% também receberam proteção complementar.

O aumento no número de haitianos que chegam ao México foi impulsionado por problemas econômicos, um terremoto devastador e turbulência política após o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse, em julho passado.

Nos dois anos anteriores, a maioria dos pedidos foi feita por migrantes hondurenhos.

Os migrantes da América Central que fogem da violência e da pobreza em seus países de origem há muito atravessam o México em direção à fronteira com os EUA. Nos últimos anos, entretanto, mais e mais migrantes solicitaram asilo para permanecerem legalmente no México.

Clandestinos

No outro lado do Atlântico, um número recorde de 28.395 migrantes encarou a perigosa travessia do Canal da Mancha em barcos precários para a Inglaterra em 2021, mais que o triplo do ano anterior, de acordo com a agência de notícias britânica PA. Em comparação, houve cerca de 8.400 chegadas, em 2020, nesses pequenos barcos que cruzam uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo.

Este fenômeno não parou de crescer desde que, em 2018, foi fechado o acesso ao porto francês de Calais (de onde saem a maioria dos navios para a Inglaterra) e ao túnel sob o Canal da Mancha que os migrantes costumavam atravessar escondidos nos inúmeros caminhões que passam diariamente.

Somente em novembro de 2021, cerca de 6.900 pessoas chegaram à costa britânica em barcos precários, incluindo um recorde de 1.185 em um único dia, informou a PA citando dados do Ministério do Interior britânico. Essas chegadas clandestinas crescentes se transformaram em um pesadelo político para o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que prometeu maior controle sobre a imigração após o Brexit.

As travessias também são uma fonte comum de tensão entre os governos britânico e francês: o primeiro considera insuficientes os esforços feitos pelo segundo para impedir que os navios saiam de suas costas, apesar do auxílio financeiro de Londres para reforçar a vigilância. O governo de Boris já desembolsou o equivalente a R$ 405 milhões em ajuda às autoridades francesas para intensificar o patrulhamento do canal.

O contexto ficou ainda mais tenso em novembro, após o naufrágio de um barco no Canal da Mancha, o mais letal nesta movimentada rota marítima, na qual 27 migrantes morreram.

O globo 

www.miguelimigrante.blogspot.com

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