sábado, 11 de dezembro de 2021

Ao menos 55 migrantes morrem em acidente com um caminhão superlotado no México

 


Corpos cobertos com lençóis brancos alinhados no local do acidente de um caminhão reboque que deixou ao menos 49 mortos, a maioria deles migrantes da América Central, em Tuxtla Gutiérrez. JACOB GARCIA (REUTERS)

O acidente com um caminhão reboque na quinta-feira em Tuxtla Gutiérrez, no México, deixou ao menos 55 migrantes mortos e 73 feridos, em uma das maiores tragédias migratórias ao longo da rota da América Central para o norte do continente americano. Segundo o diretor da Defesa Civil do Estado, Luis Manuel García, ao menos 150 migrantes centro-americanos estavam escondidos no interior do veículo quando o caminhão perdeu os freios em uma curva fechada e bateu no trecho que leva a Chiapa de Corzo. O caminhão reboque tinha saído da Guatemala nesta manhã e se dirigia a Veracruz para depois chegar a Puebla.

O acidente aconteceu por volta das 15h30 (18h30 em Brasília), antes de chegar a um dos muitos postos de controle militar que monitoram a passagem de migrantes centro-americanos nessa rota. Um funcionário da Defesa Civil de Chiapas explicou que os migrantes que viajavam no caminhão “vinham de diferentes países da América Central.” O caminhão circulava em “excesso de velocidade”, o que fez com que o reboque do veículo se soltasse. Depois do acidente, os mortos ficaram espalhados pelo asfalto. Três deles são menores de idade.

O governador de Chiapas, Rutilio Escandón, lamentou a tragédia e disse via Twitter que deu instruções para dar “pronta atenção e assistência aos feridos”. E acrescentou: “A responsabilidade será determinada de acordo com a lei”. Os moradores da região disseram à imprensa local que o motorista do caminhão fugiu pelo rio Grijalva logo após o acidente.

Equipes da Cruz Vermelha, bombeiros e Defesa Civil foram enviadas à região do acidente. Alejandro Martín, oficial do corpo de bombeiros, confirmou a presença de vários menores no acidente e disse que todos os migrantes foram encaminhados a hospitais da região.

A rota do caminhão que tombou é um dos corredores de migrantes mais habituais para os que fogem da violência na América Central. O trajeto —que passa pela capital do Estado, Tuxtla— geralmente continua em direção a Veracruz e assim se aproxima da capital do país, que durante a crise migratória deste ano se tornou um destino possível para milhares de migrantes.

Mais de 228.000 migrantes foram detidos desde o começo do ano, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Migração, e quase 120.000 solicitaram asilo, números históricos que batem todos os recordes de pessoas deslocadas. Para muitos, diante da titânica tarefa de chegar aos Estados Unidos sem serem detidos e deportados, o pedido de asilo é a única saída. Assim, o México tornou-se recentemente um país de destino e não apenas de passagem, como era tradicionalmente. E esse novo contexto obriga a repensar a estratégia migratória para dar uma resposta a milhares de pessoas que buscam um futuro não tão ao norte.

El Pais 

www.miguelimigrante.blogspot.com

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