terça-feira, 11 de maio de 2021

Mais casos de Covid-19 e vacinação lenta em países pobres ameaçam recuperação econômica

FMI/Ernesto Benavides 

O novo relatório Situação e Perspectivas Econômicas Mundiais, publicado esta terça-feira, informa que, após uma forte contração de 3,6% no ano passado, a economia global deve crescer 5,4% em 2021.  

A perspectiva, mais alta do que era em janeiro, é impulsionada pela China e pelos Estados Unidos. Em meio a vacinações rápidas e medidas de apoio fiscal e monetário, as duas maiores economias do mundo estão no caminho da recuperação. 

Perspectivas  

A pesquisa, realizada pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Desa, afirma que o aumento das infecções por Covid-19 e o progresso lento da vacinação em muitos países ameaçam uma recuperação ampla da economia mundial.  

Unsplash/Zhang Kaiyv
Pesquisa afirma que controle da pandemia e apoio fiscal e monetário estão ajudando economia de países como a China

As perspectivas de crescimento em vários países do sul da Ásia, África Subsaariana e América Latina e Caribe permanecem frágeis e incertas. Para muitas economias, a produção só deve retornar aos níveis anteriores à pandemia em 2022 ou 2023. 

Em comunicado, o economista-chefe da ONU, Elliott Harris, disse que “a desigualdade de vacinas entre países e regiões representa um risco significativo para uma recuperação global já desigual e frágil.” 

Segundo ele, “o acesso oportuno e universal às vacinas significará a diferença entre acabar com a pandemia rapidamente e colocar a economia mundial na trajetória de uma recuperação resiliente, ou perder muitos mais anos de crescimento, desenvolvimento e oportunidades.” 

Desigualdade 

O comércio global de mercadorias já ultrapassou os níveis pré-pandêmicos, impulsionado pela forte demanda por equipamentos elétricos e eletrônicos, equipamentos de proteção individual e outros produtos manufaturados. 

Economias dependentes de manufatura tiveram melhor desempenho, tanto durante a crise quanto no período de recuperação. Mas uma recuperação rápida parece improvável para economias dependentes de turismo e commodities. 

O comércio de serviços, em particular o turismo, deve continuar em baixa devido ao levantamento lento das restrições às viagens internacionais e ao medo de novas ondas de infecção em muitos países em desenvolvimento. 

Mulheres 

As mulheres estão na vanguarda da luta contra a pandemia, mas também foram atingidas com mais força de várias maneiras, incluindo o impacto do trabalho doméstico e de cuidados não remunerados. 

Segundo a pesquisa, elas continuam subrepresentadas na tomada de decisões relacionadas à crise de saúde e nas respostas de política econômica. 

A pandemia reduziu a participação da força de trabalho em 2%, em comparação com apenas 0,2% durante a crise financeira global de 2007-2008. Além disso, mais mulheres do que homens foram forçados a deixar a força de trabalho, ampliando ainda mais as diferenças de gênero no emprego e nos salários. 

Man Aihua
Mulheres trabalhadoras do departamento de medicina esportiva do Hospital Shenzhen Second

As empresas pertencentes a mulheres também se saíram desproporcionalmente piores. 

Recuperação  

O chefe da o Departamento de Monitoramento Econômico Global do Desa, Hamid Rashid, disse que “a pandemia empurrou quase 58 milhões de mulheres e meninas para a pobreza extrema, dando um grande golpe nos esforços de redução da pobreza em todo o mundo.” 

Além disso, exacerbou as disparidades de gênero na renda, riqueza e educação, impedindo o progresso na igualdade de gênero. 

Para Rashid, “as medidas fiscais e monetárias para orientar a recuperação devem levar em conta o impacto diferenciado da crise em diferentes grupos da população, incluindo mulheres, para garantir uma recuperação econômica que seja inclusiva e resiliente.” 

Onunews

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