sábado, 22 de maio de 2021

Espanha defende um "pacto europeu" solidário para a migração

 

Arancha González Laya (segunda a contar da esquerda) entre os ministros Fernando Grande-Marlaska (Interior), Margarita Robles (Defesa), Nadia Calviño (Economia) e Carmen Calvo (Presidência e vice-primeira-ministra)

 

Fernando.Calvo/Governo Espanhol

A ministra dos Assuntos Exteriores de Espanha, Arancha González Laya, defendeu hoje um "grande pacto europeu" em matéria de migração, num trabalho solidário com os parceiros do sul da Europa

A ministra dos Assuntos Exteriores de Espanha, Arancha González Laya, defendeu hoje um "grande pacto europeu" em matéria de migração, num trabalho solidário com os parceiros do sul da Europa.

Segundo a agência EFE, a governante considera que a migração é uma questão que "não pode ser administrada a partir do unilateralismo", mas da solidariedade e do "trabalho com parceiros no sul da Europa".

González Laya participou, juntamente com a secretária-geral dos socialistas Bascos, Idoia Mendia, e com a presidente da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, Iratxe García, numa mesa redonda realizada no Parque Tecnológico de Miramon, em São Sebastião, no País Basco, para assinalar os 135 anos desde a fundação do primeiro grupo socialista em Euskadi.

A chefe da diplomacia espanhola apontou a migração como um dos grandes desafios que a União Europeia (UE) deve enfrentar e insistiu que a resposta deve ser dada "com responsabilidade e solidariedade".

Nesse sentido, adiantou que os socialistas espanhóis "empurram" a Europa para construir um "grande pacto de migração e asilo", que lute "sem quartel" contra as máfias que "traficam a desgraça humana", mas que também "abrem caminhos seguros, legais e ordenados" para que os migrantes possam chegar a Espanha, adianta a EFE.

"A imigração não deve ser criminalizada, deve ser ordenada, deve ser retirada das mãos das atividades criminosas", salientou a governante, citada pela EFE.

Para isso, acrescentou, é preciso trabalhar por esse "grande pacto", que também respeite os compromissos humanitários com os refugiados e asilados, área em que os socialistas "não vão negociar nada" porque respeitam o direito internacional.

Também o ministro dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, José Luis Ábalos, agradeceu hoje em Veneza, Itália que a União Europeia (EU) tenha feito uma "declaração" de apoio a Espanha na crise de Ceuta, e aposta que os 27 concordam uma política de migração comum.

"Temos que ter em mente como vamos conseguir uma posição europeia em relação à imigração e segurança das fronteiras, porque não é apenas um problema migratório, mas também um problema de fronteiras e, portanto, a UE deve ter uma voz clara. Tem, no sentido de um pronunciamento, mas, além de uma posição, deve ter uma política", disse.

O ministro destacou que as fronteiras são europeias, não apenas espanholas.

"Estamos a falar das fronteiras da Europa e não de um país que faz parte da Europa. Não apenas por uma questão de proteger os Estados-Membros, mas para proteger os próprios Estados-Membros, porque, de facto, todos temos fronteiras e partilhamos fronteiras", adiantou.

O espaço Schengen faz com que as pessoas que passam perfeitamente para um país "possam entrar noutro", referiu ainda Ábalos

O ministro do Interior francês observou hoje que Espanha e Itália enfrentam "uma imigração significativa que controlam mal", pelo que, quando Paris assumir a presidência da UE, no primeiro semestre de 2022, uma prioridade será "um verdadeiro controlo nas fronteiras externas" e fazer "um registo sistemático dos imigrantes e uniformizar dos pedidos de asilo".

Questionado - numa entrevista publicada hoje pelo 'Le Parisien' e citada pela agência espanhola EFE - sobre os migrantes que tentam chegar a Ceuta e sobre o bebé resgatado por um guarda civil, Gérald Darmanin disse ser uma situação comovente.

"Infelizmente -- acrescentou - é um problema europeu. Os nossos amigos espanhóis ou italianos, que são os que estão mais próximos da costa sul do Mediterrâneo, enfrentam uma imigração significativa que controlam mal".

No outono passado, após a onda de ataques jihadistas que sofreu no seu território, França restabeleceu os controlos nas fronteiras internas para tentar impedir a entrada a partir de outros países da UE de imigrantes irregulares e duplicou o número de agentes dedicados a essa missão.

Na sequência deste reforço do controlo, o Governo francês indicou que, desde o início deste ano, as expulsões de imigrantes que entraram a partir de Espanha duplicaram face ao mesmo período de 2020.


Expresso

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