sábado, 1 de maio de 2021

Panamá e Colômbia chegam a um acordo para lidar com grande fluxo de migrantes

 


Panamá e a Colômbia assinaram um acordo nesta sexta-feira (30) para abordar de maneira "abrangente e responsável" a crescente chegada de migrantes irregulares pela inóspita selva de Darien, situação que pode se transformar em uma crise humanitária em meio à pandemia.

Após este acordo, "as autoridades colombianas compartilharão com a contraparte panamenha, em um prazo não superior a 24 horas, as informações sobre os migrantes da Colômbia que se dirigem para a fronteira com o Panamá", informou o o Ministério das Relações Exteriores panamenho em nota.

Trata-se de um memorando de entendimento assinado pelas autoridades migratórias dos dois países, após reunião realizada em 9 de abril pela chanceler panamenha, Erika Mouynes, e sua homóloga colombiana, Claudia Blum.

O Ministério das Relações Exteriores do Panamá explicou que há mais de uma década recebe fluxos migratórios irregulares, atingindo seu ponto máximo em 2015 e 2016, quando a média de migrantes era de cerca de 30.000 por ano.

"É importante abordar a migração irregular de maneira pró-ativa, abrangente e oportuna para evitar que ela se transforme em uma crise humanitária. Esta abordagem se torna mais relevante nestes momentos em que, devido à pandemia, o controle biossanitário é particularmente sensível", explicou Mouynes.

As autoridades panamenhas informaram que também buscam a colaboração de todas as nações envolvidas "para que este problema regional seja enfrentado de maneira integral".

A travessia por Darien é um corredor de selva de 266 km entre a Colômbia e o Panamá. Essa selva virgem de 575.000 hectares e sem rotas de comunicação terrestre tornou-se uma etapa obrigatória para a imigração irregular da América do Sul para os Estados Unidos.

Mais de 46.500 migrantes, incluindo pelo menos 6.200 crianças, fizeram essa jornada perigosa nos últimos quatro anos, onde enfrentam grupos criminosos, animais selvagens e rios bravos.

Os migrantes são em sua maioria haitianos e cubanos, mas também há asiáticos e africanos. Para recebê-los durante sua jornada, o Panamá montou acampamentos em sua fronteira com a Colômbia.

Durante o primeiro trimestre de 2021, 7.150 pessoas entraram na selva, das quais quase dois terços o fizeram em março. Além disso, a Unicef alertou recentemente que o número de crianças que fazem esse trajeto aumentou de 109 em 2017 para 1.653 em 2020.

As projeções apontam para um aumento da migração irregular em decorrência da crise econômica e do desemprego gerado pela covid-19, além da violência ou das mudanças climáticas

Estadão de Minas

www.miguelimigrante.blogspot.com

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