Com 196 estudantes da etnia Warao matriculados na rede municipal de ensino, a Secretaria Municipal de Educação (Semec), por meio da Coordenadoria de Educação para Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceiir), participou nesta segunda-feira, 17, da Oficina sobre Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil de Crianças Migrantes em Belém, promovida pelo Projeto Canicas com a parceria da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O encontro foi transmitido pela plataforma Google Meet e teve a participação de professores, gestores, diretores e coordenadores das unidades educacionais de Belém.
Na abertura, a secretária de Educação, Márcia Bittencourt, destacou que a Semec já tem um olhar cuidadoso para a educação das crianças do povo Warao. Ela informou que, recentemente, visitou a Escola Amigos Solidários, no bairro do Tapanã, para verificar a possibilidade de implantar no espaço a primeira escola de educação infantil e ensino fundamental de concepção intercultural multibilíngue para imigrantes, indígenas e refugiados em áreas urbanas do Brasil.
Oficina - O Canicas é um projeto de prevenção e erradicação do trabalho infantil migrante na indústria têxtil, desenvolvido em parceria com o Fundo Brasil de Direitos Humanos e a organização Presença da América Latina (PAL). Outro parceiro para a realização da formação foi a Organização Internacional para as Migrações, que desde 1951 vem dedicando a promover uma migração segura, ordenada e digna para o benefício de todos, por meio de serviço e consultoria para governos e migrantes.
Débora de Pina Castiglione e Rocio Shuna, consultoras técnicas do projeto Canicas, explicaram as definições corretas sobre migrações internacionais, migração na infância, mitos sobre a migração, interseções e interculturalidade, trabalho infantil, mitos do trabalho infantil, interseções entre trabalho infantil e migração. Destacaram ainda a respeito da legislação de migração brasileira e o direito das crianças.
Ao pontuar os mitos sobre o trabalho infantil, que poderia trazer à disciplina, seriedade, coragem, ascensão social, Débora Castiglione disse que “a disciplina e outros valores podem ser ensinados junto à família e à escola, de maneira adequada à idade”. Ela frisou que “a educação é o principal caminho de ascensão social e de melhores condições de vida de uma geração para a outra”.
Professores - Entre muito professores encantados com a oficina estava a professora Lorena Medeiros, da Unidade de Educação Infantil de Itaiteua, localizada no distrito de Outeiro.
Ela conta que a oficina foi significativa, por promover um bom acolhimento às crianças migrantes da rede municipal de Belém. “Este momento está sendo significativo, pois são novos aprendizados por se tratar de um público novo e que nos exigirá conhecimento. Estas práticas devem estar presentes em nosso cotidiano”, afirmou.
A professora formadora, Kátia Tavares, também destacou durante a oficina que a Semec por meio da Ceiir planeja atender os Warao, na nova escola Amigos Solidários, “numa perspectiva de que eles tenham um novo projeto de educação, pautados nos direitos destas crianças, envolvendo a condição de indígenas e imigrantes, respeitando a necessidade deste intercâmbio de conhecimentos, de saberes”.
Ela afirmou a importância de uma educação que respeite o processo de transição, pelo qual passam as crianças Warao, para que garanta a elas a assimilação de novos saberes, mas considerando suas peculiaridades.
Serviço
A oficina segue nos dias 21, 24, 28 e 31 de maio e 04, 07 e 10 de junho. São 25 vagas destinadas a professores e 25 a gestores, priorizadas de acordo com a ordem de inscrição. As inscrições podem ser feitas no https://forms.gle/YrRynnmfsRsfsyV89
https://redepara.com
www.miguelimigrante.blogspot.com
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