Missade (Ana Cecilia Costa), Laila (Julia Dalavia), Elias (Marco Ricca), Kháled (Rodrigo Vidal) em Órfãos da Terra
Missade (Ana Cecilia Costa), Laila (Julia Dalavia), Elias (Marco Ricca), Kháled (Rodrigo Vidal) em Órfãos da Terra (Divulgação/ TV Globo)

Meu Rico Português: uma história sobre família e sentimento como só Vietri faria





Em 1975, já consagrado como autor de sucesso do horário das 19h da Rede Tupi, Geraldo Vietri lançou mais uma novela: Meu Rico Português. O lusitano do título era Severo Salgado Salles (Jonas Mello). Ele se torna grande amigo de uma milionária já idosa, Dona Veridiana Magalhães (Dina Lisboa). Viúva e sem filhos, ela acostumou mal os cunhados e sobrinhos, que vivem à sua custa. Severo se apaixona justamente por uma das sobrinhas dela, Valquíria (Márcia Maria). Ademais, além do português, outros personagens de destaque são os alemães Rudolf (Cláudio Corrêa e Castro) e Gertrud (Elisabeth Hartman). Eles lutam contra o racismo praticado contra seu filho adotivo, Fritz (Odair Toledo), que é negro.



Só para ilustrar, Geraldo Vietri escreveu também Antônio Maria (1968/69), Nino, o Italianinho (1969/70), A Fábrica (1971/72) e Os Apóstolos de Judas(1976), entre outras novelas. Com maior ou menor dominância na trama, a questão da imigração, ou da migração, sempre esteve presente.

Os Imigrantes: a história daqueles que ergueram a “terra da garoa”





Com efeito, o título já diz tudo. A Band, então ainda Rede Bandeirantes, apostou alto numa audaciosa novela escrita por Benedito Ruy Barbosa, em 1981/82. Várias fases contaram a trajetória dos personagens de diversas nacionalidades. A história foi de 1891 até o início dos anos 1960. Foram 459 capítulos, escritos também por Renata Pallottini e Wilson Aguiar Filho. Os protagonistas são três homens de nome Antonio. Um italiano (Rubens de Falco/Herson Capri), um espanhol (Altair Lima/Zemanuel Piñero) e um português (Othon Bastos/David Arcanjo). Conforme ocorrem suas desventuras no Brasil, são entrelaçados todos os personagens. Além deles, havia também libaneses, japoneses, alemães…

Vida Nova: na São Paulo do pós-guerra, amor e luta dos brasileiros de todos os países





Espécie de retomada da proposta de Os Imigrantes por Benedito Ruy Barbosa, mas agora na Globo, Vida Nova foi exibida em 1988/89. A história tem início quando a Segunda Guerra Mundial termina em 1945. Sem um protagonista definido, mas com um leque de histórias, a trama entrelaçava italianos, judeus, portugueses, na convulsão de São Paulo já nesta época retratada. A ex-prostituta Lalá (Yoná Magalhães), o italiano Antonio Sapateiro (Carlos Zara), o judeu Samuel (José Lewgoy)… Mas a figura mais marcante, por circunstâncias alheias à ficção, terminou por ser o português Manoel Victor (Lauro Corona), em virtude da necessidade do ator de deixar as gravações antes do fim da novela. Contudo, Lauro faleceria ainda em 1989, no mês de julho, após complicações ocasionadas pelo HIV.



Terra Nostra: amor e desencontro entre imigrantes italianos





Atualmente em reprise no Canal Viva e reprisada anteriormente em 2004 pela GloboTerra Nostra fez grande sucesso na virada de 1999 para 2000 com sua história centrada em imigrantes italianos que chegaram ao Brasil no final do século 19 para substituir a mão de obra escrava negra na lavoura de café. Giuliana (Ana Paula Arósio) e Matteo (Thiago Lacerda) passaram por poucas e boas até enfim conseguirem ser felizes juntos. Só para exemplificar, eles foram separados, acabaram se casando com outras pessoas, o filho que tiveram foi dado em adoção… Todavia, é claro que no final tudo se resolveu.

Esperança: alguns percalços de imigrantes na São Paulo dos anos 1930





Abortado o projeto de uma continuação para Terra Nostra, em 2002 Benedito Ruy Barbosa escreveu Esperança, que se passava nos anos 1930. Toni (Reynaldo Gianecchini) é impedido de se casar com Maria (Priscila Fantin) pelo rico pai dela, Giuliano (Antonio Fagundes). Toni viaja para São Paulo e se envolve com a judia Camille (Ana Paula Arósio), enquanto Maria é infeliz ao lado de Martino (José Mayer), homem mais velho a quem ela não ama. Ainda que os italianos fossem o ponto forte, a novela também havia imigrantes espanhóis e portugueses. Só para ilustrar, os problemas dos operários, a vida nos cortiços, a rápida urbanização da cidade na época e as convulsões políticas do integralismo tiveram destaque na história, assumida a certa altura por Walcyr Carrasco.

Água na Boca: imigrantes e intrigas que ultrapassam gerações





Com toda a certeza, esta novela escrita por Marcos Lazarini para a Band em 2008 merecia uma reprise. Como uma verdadeira versão moderna de Romeu e Julieta, os chefs Danielle (Rosanne Mulholland) e Luca (Caetano O’Maihlan) se apaixonam perdidamente. No entanto, suas famílias têm uma rixa antiga, originada na antiga amizade das avós deles, a francesa Françoise (Jacqueline Laurence) e a italiana Maria (Berta Zemmel). Quando jovens, as duas foram muito amigas, mas a disputa pelo amor de Jean-Paul (Mário César Camargo) as separou. A saber, Françoise venceu e constituiu família ao lado dele. Mas não contava que Alex (Alexandre Barros), neto de um carrasco nazista denunciado por Maria e ela naquela época, tivesse tamanha sede de vingança a ponto de se aproximar das duas famílias para se vingar.
O universo da rica gastronomia de São Paulo, constituída de influências do mundo todo, compunha os outros núcleos. Desde japoneses até nordestinos, várias nacionalidades estiveram presentes na narrativa.
Observatorio da Televisão 
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