quarta-feira, 24 de abril de 2019

Equador adere a campanha da ONU contra o tráfico de pessoas

Com o objetivo de inserir a luta contra o tráfico de pessoas na agenda pública, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) desenvolve a campanha #AquiEstoy. Foto: ONU
Com o objetivo de inserir a luta contra o tráfico de pessoas na agenda pública, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) desenvolve a campanha #AquiEstoy. Foto: ONU
Com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Equador adotou neste mês (11) uma campanha global de conscientização pública sobre o tráfico de pessoas. A iniciativa #AquiEstoy visa difundir meios de denunciar casos suspeitos desse tipo de crime.
De janeiro de 2017 a dezembro de 2018, as autoridades equatorianas resgataram 287 vítimas de tráfico de pessoas, principalmente de crimes como exploração sexual e trabalho forçado. A maioria dos casos ocorreu dentro do país. Episódios de exploração foram identificados com maior frequência na capital Quito.
O Equador possui um sólido arcabouço legal e instituições especializadas para investigar e processar os responsáveis pelo tráfico de pessoas, mas o UNODC considera que um envolvimento e uma cooperação maiores do público em geral tornaria essas estruturas mais eficazes.
Em evento em Itchimbía para lançar a campanha, a ministra de Inclusão Social e Econômica do Equador, Berenice Cordero, disse que a adesão à #AquiEstoy representa mais um esforço do governo federal para melhorar o combate ao tráfico e o resgate das vítimas.
De acordo com o Relatório Global do UNODC de 2018 sobre Tráfico de Pessoas, 72% das vítimas dessa violação são mulheres e meninas. O Equador acompanha essa tendência, mas também registra vulnerabilidades entre outros grupos, como as pessoas com deficiência, migrantes que estão voltando para o país, comunidades indígenas e jovens com acesso à Internet.
Outro desafio para as autoridades equatorianas é o fato de que o país se tornou uma nação de trânsito e de destino para milhares de venezuelanos. Essa população em deslocamento corre risco de sofrer diferentes tipos de exploração.
"Hoje o Equador diz 'aqui estoy' contra o tráfico humano e o UNODC diz 'aqui estoy' com entusiasmo para apoiar e acompanhar os esforços do país para combater esse crime no âmbito do Plano Nacional de Ação contra o Tráfico Humano", afirmou a representante do organismo das Nações Unidas para o país, Kristian Hölge.
Durante o lançamento, o material da campanha foi apresentado por Felipe De La Torre, oficial de Informação Pública do UNODC no México. O especialista ressaltou que o tráfico de seres humanos é uma dura realidade para muitas pessoas, que exigem ser ouvidas, resgatadas e receber outra chance. O profissional de comunicação lembrou ainda que a #AquiEstoy pretende ser inclusiva para todas as vítimas, com ferramentas, por exemplo, para garantir que pessoas com deficiência visual conheçam a campanha.
Também presente no evento, a TAME EP, principal companhia aérea nacional do Equador, informou que mais de 200 mil pessoas, incluindo passageiros, clientes e suas tripulações, foram sensibilizadas depois que a empresa adotou formalmente a #AquiEstoy, em setembro de 2018.
A campanha já alcançou 88 milhões de pessoas e, com a participação do Equador, o UNODC espera que o número aumente. O elemento gráfico central da campanha é um balão, que geralmente é um símbolo de felicidade, inocência e liberdade. Mas quando amarrado, perde sua capacidade de voar e se mover de forma independente - assim como as vítimas de tráfico humano. O material da #AquiEstoy inclui cartões postais espots de TV concebidos especificamente para o contexto equatoriano.
Cerca de 200 representantes dos governos central e local, do corpo diplomático, das agências da ONU, da sociedade civil e do setor privado participaram do lançamento da iniciativa.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

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