O Conselho da Europa recomendou hoje aos Estados membros que proíbam os
serviços sociais de partilhar informação ou dados pessoais de migrantes
irregulares com as autoridades de imigração, para salvaguardar os direitos
destas pessoas.
Num comunicado publicado, o Conselho da Europa defende que, para
prevenir que as instituições e organismos tanto do setor público como privado
neguem os direitos dos migrantes, os serviços sociais sejam proibidos de
partilhar informação pessoal dos migrantes com as autoridades de imigração.
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Nesse sentido, defende que seja criada legislação, orientações políticas
ou outras medidas que proíbam as instituições públicas ou privadas de reportar
ou partilhar com as autoridades migratórias informação pessoal ou informação
sobre migrantes suspeitos de estarem em situação irregular.
Para o Conselho da Europa, estas medidas devem aplicar-se em todas as
circunstâncias, exceto em situações excecionais, definidas por lei, mas
sujeitas a revisão judicial e direito de recurso.
No conjunto de recomendações divulgado hoje, o Conselho da Europa pede
que seja assegurado que todos os migrantes irregulares -- mulheres, homens e
crianças -- sejam totalmente protegidos contra qualquer forma de discriminação.
Por outro lado, quer que sejam respeitados os direitos fundamentais
destas pessoas, seja em matéria de educação, saúde, habitação, segurança e
assistência social, trabalho, proteção e justiça.
Nesse sentido, quer que os Estados membros separem as competências de
controlo de imigração da prestação de serviços e garantia de direitos dos
migrantes, com vista a acautelar não só que os direitos destas pessoas são
salvaguardados, como a aliviar as autoridades cujas responsabilidades estão
noutras áreas.
No comunicado, o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland,
defende que todos os migrantes, incluindo os que estão em situação irregular,
têm direitos fundamentais que devem ser garantidos na lei e na prática, sem
discriminação, enquanto as pessoas estão sob jurisdição dos Estados membros.
"Os migrantes têm de ser tratados como seres humanos,
independentemente do seu estatuto legal", disse o responsável.
Segundo Thorbjorn Jagland, os Estados membros devem criar diretrizes
claras para separar o trabalho dos prestadores de serviços sociais do controlo
de imigração.
"Situações em que, por exemplo, os médicos são obrigados a
comunicar suspeitas sobre migrantes irregulares não pode ter como consequência
a negação do direito à saúde a esse migrante", exemplificou.
As recomendações do Conselho da Europa trazem também diretrizes em
matéria de educação, saúde, trabalho, habitação ou justiça criminal, pedindo,
por exemplo, que os Estados membros garantam o acesso à escola, desde o
pré-escolar ao secundário.
Noticias ao Minuto
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